"Não são cidadãs de segunda categoria”, diz Lula ao comentar ação no STF contra igualdade salarial
Entidades foram ao Supremo contra trechos da lei da igualdade, sancionada por Lula em junho do ano passado
“Nós conseguimos aprovar no Congresso uma lei que diz: trabalho igual, salário igual entre homens e mulheres. Não tem porque uma mulher fazer a mesma função que o homem com mesma competência, mesma qualidade e ganhar menos. Então nós aprovamos a lei. E pasmem que tem empresário recorrendo à Justiça para não pagar. Agora essa briga não é minha, essa briga é das mulheres. Vocês têm que ir para a rua dizer em alto e bom som que vocês não são cidadãs de segunda categoria”, disse.
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A ação que contesta trechos da Lei da Igualdade Salarial foi ajuizada no Supremo Tribunal Federal (STF) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Confederação Nacional de Bens, Serviços e Turismo (CNC). As entidades questionam trecho da legislação que prevê salários iguais para homens e mulheres que cumprem as mesmas funções.
Segundo a ação da CNI e da CNC, a Lei da Igualdade Salarial desconsidera situações legítimas que justifiquem diferença salarial entre funcionários.
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Chegada de Mineradora à Serra do Salitre
A mineradora em Serra do Salitre é a primeira da Eurochem fora da Europa. Com a atuação da empresa, estão previstos o fornecimento de 1 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados por ano à agricultura brasileira — o equivalente a 15% da produção nacional. A empresa investiu US$ 1 bilhão para construir a estrutura.
Lula afirmou que os investimentos são importantes para ajudar o Brasil a atingir a autossuficiência de fertilizantes. O presidente criticou o que chamou de “complexo de vira-lata” de governos anteriores pelo fechamento de fábricas de fertilizantes no país e que a importância de produzir os insumos só foi levantada após a eclosão da guerra entre Rússia e Ucrânia (os russos são grandes exportadores de fertilizantes).
“Porque tantas vezes se negou a este país a ter as coisas que ele gostaria de ter? Não existe arma de guerra mais importante na face da Terra do que o alimento. O alimento é a arma mais importante porque é a sobrevivência de todas as espécies vivas do planeta. E se o alimento é tão importante e o fertilizante é tão importante para a produção desse alimento, a pergunta é: porque um país com a vocação agrícola do Brasil já não se tornou autossuficiente. O Brasil já fechou fábricas de fertilizante porque aqui havia predominância de um complexo de vira-lata”.
Para exemplificar, Lula mencionou o fechamento em Sergipe, Paraná e Bahia, além das obras abandonadas em uma indústria de uréia em Três Lagoas (MG). “Começou a ser construída (a fábrica em Três Lagoas) no meu governo. Quando deixei a presidência estava faltando 15% para ser concluída, mas a obra está até hoje parada. Certamente estes 15% hoje são 30% por conta da depreciação das obras”, concluiu.
O Complexo de mineração
Toda a produção do Complexo será destinada ao mercado interno, para apoiar a produtividade da agricultura brasileira. Em entrevista ao SBT Brasil nesta segunda-feira (11), Lula afirmou que o Brasil precisa reduzir o preço de alimentos, como feijão e arroz. Segundo o governo, a parceria com Eurochem tem o objetivo de “apoiar a produtividade da agricultura brasileira e, como consequência, fortalecer a segurança alimentar das gerações presentes e futuras”.
O complexo de mineração vai extrair desde a matéria-prima, o fosfato, até a produção de fertilizantes granulados. Também há previsão de produzir 1 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados, 1 milhão de toneladas anuais de ácido sulfúrico e 240 mil toneladas de ácido fosfórico, subprodutos utilizados na produção de fertilizantes.
Segundo informações do Palácio do Planalto, a companhia espera contratar 1,5 mil na atuação direta, indireta e contínua na operação e que durante as obras foram gerados 3,5 mil empregos diretos.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pediu para outras empresas seguirem o exemplo da suíça Eurochem e investir no Brasil. Ele afirmou que a mineradora vai contribuir para geração de emprego e renda e criticou outras empresas que detém direitos minerários de minas em diversos territórios por 50 anos e deixem de explorar e gerar riquezas.
“É irresponsável que nós temos por parte de grande mineradoras do país. Os potenciais do Brasil não estão sendo bem utilizados, é inaceitável que algumas mineradoras fiquem 50 anos com direitos minerários sem explorá-los. É riqueza do Brasil que está parada, deixando de gerar milhares de empregos que é o que interessa para combater, efetivamente, as desigualdades. Isso tudo somente para algumas mineradoras que especulam fazer reserva de mercado, isso tem e vai acabar”, prometeu.