Moraes ordena que comandante da Marinha testemunhe em ação de golpe
Listado pelos advogados do réu Almir Garnier como testemunha de defesa, almirante Marcos Olsen havia solicitado a dispensa ao STF

Paola Cuenca
Nesta quinta (22), o ministro Alexandre de Moraes rejeitou o pedido apresentado pelo comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, e ordenou que ele preste depoimento como testemunha de defesa do ex-comandante da Força, almirante Almir Garnier. A audiência está marcada para acontecer nesta sexta (23) a partir das 14h.
Na quarta (21), o atual comandante havia enviado um pedido de dispensa ao Supremo Tribunal Federal (STF). O documento protocolado pela Advocacia-Geral da União informava que Olsen desconhece os fatos debatidos na ação penal. Relator do caso, Moraes ordenou que os advogados de Almir Garnier se manifestassem em até 24h sobre a situação.
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Em ofício entregue na tarde desta quinta, os advogados do ex-comandante afirmaram que o depoimento de Olsen é relevante “especialmente no que se refere ao contexto da nota à imprensa divulgada pela Marinha do Brasil em 27 de novembro de 2024, a qual guarda relação direta com os fatos investigados.”
A nota nega que a Marinha tivesse planejado o uso ou mobilizado tanques de guerra para a execução de um golpe de Estado. A informação foi encontrada pela Polícia Federal em uma troca de mensagens, datada de 4 de janeiro de 2023, entre o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, e o militar Roberto Cavaliere. A fala original seria de um contato identificado como Riva.
A defesa de Garnier ainda expôs que à época da troca de mensagens, Olsen exercia o cargo de Comandante de Operações Navais e, por isso, poderia informar se “houve qualquer conversa ou tratativa interna, relacionada à movimentação ou preparação de tropas”.
Além de Olsen, estão listadas como testemunhas de defesa do almirante Garnier o contra-almirante e ex-integrante do Ministério da Defesa no governo Bolsonaro, Antonio Capistrano de Freitas Filho; o ex-ministro da Defesa no governo Dilma, José Aldo Rebelo Figueiredo e o almirante Marcelo Francisco Campos.