Moraes marca interrogatório dos réus do "Núcleo 4" do plano de golpe
Acusados de promoverem ataques contra o sistema eleitoral começarão a ser ouvidos na quinta-feira (24)

Camila Stucaluc
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para quinta-feira (24) o interrogatório dos réus do “Núcleo 4” da trama golpista — acusados de promover ataques contra o sistema eleitoral brasileiro. As sessões, segundo o magistrado, serão realizadas por videoconferência.
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O “Núcleo 4” da tentativa de golpe de Estado é composto por sete réus, incluindo cinco militares. Todos são acusados de tentativa violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. São eles:
- Ailton Moraes Barros (ex-major do Exército)
- Ângelo Denicoli (major da reserva do Exército)
- Giancarlo Rodrigues (subtenente do Exército)
- Guilherme Almeida (tenente-coronel do Exército)
- Reginaldo Abreu (coronel do Exército)
- Marcelo Bormevet (agente da Polícia Federal)
- Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal)
Os interrogatórios fazem parte da etapa de instrução criminal – quando a defesa e a acusação trabalham para a produção de provas. Ao fim das oitivas, as partes deverão apresentar suas alegações finais e o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, preparará o relatório final para o julgamento. É com base nessas manifestações que os magistrados decidirão se os réus serão condenados ou absolvidos.
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Ao todo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) dividiu a denúncia de tentativa de golpe em cinco núcleos. O “Núcleo 1”, do qual o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) faz parte, abrange autoridades responsáveis pelo planejamento da trama golpista. Já o “Núcleo 2″ foi responsável pela gerência do plano, enquanto o “Núcleo 3″ ficou encarregado das ações táticas para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).