Moraes autoriza mulher que pichou estátua da Justiça a receber assistência religiosa em casa
Débora Rodrigues cumpre prisão domiciliar por participação no 8 de janeiro; ministro do STF nega pedido para consultas médicas por falta de documentação

Jessica Cardoso
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou nesta segunda-feira (7) que Débora Rodrigues dos Santos receba assistência religiosa em sua residência.
Ela cumpre prisão domiciliar após ter sido condenada por pichar com batom a frase "perdeu, mané" na estátua em frente à sede do Supremo, durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
+ STF mantém condenação por unanimidade de mulher que escreveu "perdeu, mané" em estátua
A cabeleireira foi condenada a 14 anos de prisão por crimes como golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Na decisão, Moraes destacou que todos os presos, provisórios ou condenados, têm direito à assistência religiosa, desde que sejam informadas previamente as datas, horários e nomes dos líderes religiosos que farão as visitas.
+ Bolsonaro agradece apoio de Trump e diz que presidente dos EUA é exemplo de “fé e resiliência”
A defesa de Débora alegou que ela tem relatado "mal-estar contínuo nos últimos dias" e que está "atualmente em condição de vulnerabilidade espiritual e emocional".
O advogado também pediu que a cabeleireira pudesse receber atendimento médico em casa ou tivesse autorização para se deslocar até postos de saúde e clínicas.
O ministro, no entanto, negou o pedido por falta de documentação que comprove a necessidade dos atendimentos, mas ressaltou que a ré tem direito a cuidados médicos e que novos pedidos podem ser apresentados desde que tragam informações detalhadas sobre o local, o dia, o horário e o profissional responsável pela consulta.
Moraes também rejeitou um pedido para devolução do celular de Débora, explicando que esse tema já havia sido decidido anteriormente.