Mauro Vieira: Lula não fez críticas a Trump, mas sim "comentários"
Pouco antes da eleição americana, presidente brasileiro chegou a relacionar o republicano a um "nazismo com outra cara"
Guilherme Resck
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, negou nesta quarta-feira (13) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha feito críticas ao republicano Donald Trump durante a campanha eleitoral nos Estados Unidos. O chanceler falou sobre o assunto durante audiência pública na Câmara dos Deputados.
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"Com relação à eleição do presidente Trump nos EUA, críticas que o presidente Lula teria feito, ele não fez críticas, fez comentários, e é óbvio e natural que ele se manifeste a respeito dos candidatos em países do exterior e partidos que sejam mais próximos do seu partido e da sua posição partidária", disse Mauro Vieira.
"Agora, devo dizer que também o presidente americano Trump já tinha feito uma série de comentários muito mais difíceis, até muito mais críticos ao Brasil e ao presidente Lula. Acho que isso são coisas de campanha, não tem problema", acrescentou.
Antes das declarações, parlamentares haviam relembrado na audiência que, pouco antes da eleição, Lula chegou a relacionar Trump a um "nazismo com outra cara".
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"Vimos o que foi o presidente Trump no final do seu mandato, fazendo aquele ataque ao Capitólio. Uma coisa que era impensável de acontecer nos EUA, porque os EUA se apresentavam ao mundo como um modelo de democracia. E esse modelo ruiu", disse o petista em em entrevista ao canal francês TF1.
"Agora temos o ódio destilado todo santo dia, as mentiras, não apenas nos EUA, na Europa, na América Latina, vários países do mundo. É o fascismo e o nazismo voltando a funcionar com outra cara", acrescentou.
O presidente declarou apoio à democrata Kamala Harris na disputa pela presidência dos Estados Unidos. Entretanto, Trump foi eleito e tomará posse em janeiro. O presidente brasileiro parabenizou o republicano pela vitória, e desejou sorte e sucesso ao novo governo. O petista disse que espera ter uma relação "civilizada" com Trump.