Política

Lula chama ataque israelense de “desproporcional” e critica "extrema-direita racista"

Na Etiópia, presidente reafirma apoio ao Estado Palestino e diz que mazelas da "globalização neoliberal" não serão resolvidas com modelo que concentra riquezas

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Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimônia de Abertura da 37º Cúpula da União Africana, na Sede da União Africana
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a chamar de “desproporcional” a resposta de Israel frente ao Hamas na Faixa de Gaza. Da Cúpula da União Africana, na Etiópia, neste sábado (17), o petista criticou ainda as políticas neoliberais e voltou a pedir um Conselho de Segurança da ONU “mais amplo”.

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Ao citar em seu discurso a filosofia Ubuntu, do humanismo africano, Lula disse que o conflito na Faixa de Gaza impõe igualmente “o rechaço à resposta desproporcional de Israel” e aos “ataques perpetrados pelo Hamas”.

O mandatário voltou a defender a criação de um estado Palestino, que participe como “membro pleno das Nações Unidas”.

O presidente da República retomou sua recorrente solicitação à organização para ampliar o número de países participantes do Conselho de Segurança. Para Lula, uma ONU “fortalecida” viria de um Conselho de Segurança " mais representativo, sem países com poder de veto, e com membros permanentes da África e da América Latina.”

Atualmente, o colegiado é composto por cinco Estados permanentes (Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China), que têm poder de veto, e dez membros rotativos.

“Há dois anos a guerra na Ucrânia escancara a paralisia do Conselho. Além da trágica perda de vidas, suas consequências são sentidas em todo o mundo, no preço dos alimentos e fertilizantes", exemplificou. "Não haverá solução militar para esse conflito. É chegada a hora da política e da diplomacia".

No evento africano, Lula também fez observações firmes aos países ricos. Pediu que houvesse apoio na reforma do sistema político a fim de lidar com as “crises que decorrem de um modelo concentrador de riquezas, e que atingem sobretudo os mais pobres, e, entre esses, os imigrantes", afirmou.

“A alternativa às mazelas da globalização neoliberal não virá da extrema-direita racista e xenófoba. O desenvolvimento não pode ser privilégio de poucos”.

Ainda no sábado (17) Lula se encontrou com o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh. Estava previsto ainda um encontro com o presidente da República de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, mas a agenda foi afetada por atrasos na chegada de autoridades a Adis Abeba.

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