Lula diz que Brasil defende criação de um estado palestino e pede que Israel pare com a “matança”
Presidente da República participa da Liga dos Estados Árabes, no Egito, e voltou a falar sobre conflitos na Faixa de Gaza
“O Brasil vai continuar nos próximos anos a defender o reconhecimento do Estado palestino como Estado soberano. Não apenas pela ONU, mas também no território para que os palestinos possam construir suas vidas em paz e com respeito do restante do mundo. Por isso quero agradecer à Liga Árabe e dizer para vocês da importância que vocês têm neste processo de chamar atenção da humanidade”, disse.
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Lula definiu as ações terrestres do exército de Israel em Rafah como “matança” e afirmou que reconhecer a Palestina é o único caminho para a paz na região.
“É urgente parar com a matança. A posição do Brasil é clara. Não haverá paz enquanto não houver um Estado Palestino dentro de fronteiras mutuamente acordados e internacionalmente reconhecidas, que inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital. A decisão da existência de um Estado palestino independente foi tomada há 75 anos pelas Nações Unidas. Não há mais desculpas para impedir o ingresso da Palestina na ONU como membro pleno”, acrescentou.
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Etiópia
No final do dia, após os compromissos no Egito, a comitiva brasileira embarca para Adis Abeba, capital da Etiópia, onde o presidente Lula participará, como convidado, da Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, nos dias 16 e 17. Reuniões bilaterais também estão previstas.
Antes de retornar ao Brasil, o presidente também deve visita a Guiana, país vizinho da América do Sul. Em seguida, Lula também deve viajar para São Vicente e Granadinas, no Caribe.
Além do presidente brasileiro, devem participar da cúpula o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.
Lula aproveitou o discurso para mandar um recado à ONU sobre o modelo de governança mundial e reivindicar mudanças no Conselho de Segurança. Segundo o presidente brasileiro, são necessárias as entradas de mais países no comitê e acabar com o poder de veto concedido a algumas nações.
“Se a ONU não levar a sério a existência de seu Conselho de Segurança permanente, o mundo não terá paz. Porque são os países membros do conselho permanente da ONU que produzem armas, que vendem armas e são os países que, ultimamente, tem feito as guerras. Foi assim no Iraque, na Líbia, a Rússia não pediu a ninguém para invadir a Ucrânia”, disse.
Lula acrescentou ainda que a ONU está “totalmente enfraquecida” e que Israel não cumpriu sequer uma das decisões que a organização tomou ao longo dos últimos anos.