Lula fala em visitar cidades do RS após água baixar para burocracia não "atrapalhar" medidas de socorro
Presidente disse que povo brasileiro é o mais generoso do mundo e que poderes precisam "cavucar" para encontrar dinheiro e ajudar o Rio Grande do Sul

Raphael Felice
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que, após a água baixar nas cidades do Rio Grande do Sul atingidas pelas chuvas e enchentes, será necessário realizar outra visita para ter noção do estrago e evitar que a burocracia atrase as medidas anunciadas.
"Vamos ter que fazer visita, percorrer as cidades para ter noção que permitir que nenhum viés burocrático possa atrapalhar a urgência das medidas que estamos anunciando", disse o presidente.
Lula afirmou que já sofreu com enchente de um metro e meio dentro de casa e que, quando a água vai embora, a "desgraça é muito feia", com bactérias, insetos mortos, vermes e os prejuízos por causa da perda de móveis e eletrodomésticos.
"A quantidade de lama que fica, de sanguessuga, a quantidade de bactérias, de baratas mortas. É um negócio do inferno. E essa gente perdeu aqueles bens. Muita gente acha que a televisão é uma pequena coisa, que não tem muita importância, mas, para uma pessoa mais humilde, a televisão é um patrimônio. O fogão é um patrimônio, a geladeira, então, nem se fala", acrescentou.
O presidente da República disse também que o Brasil sempre se manifesta de forma positiva quando acontece alguma "desgraça" em qualquer lugar no mundo e que, se tivesse um Prêmio Nobel para um povo sobre generosidade, os brasileiros seriam escolhidos.
"É algo fenomenal, tinha que ter um Prêmio Nobel. É um povo muito solidário e generoso, apesar de uma minoria ser tão perversa", disse.
Segundo Lula, na minoria perversa estão pessoas que se aproveitam da tragédia para disseminar notícias falsas. Nos últimos dias, o presidente tem reafirmado os prejuízos causados pelas fake news e apontou que existe uma polarização da mentira contra a verdade.
Ao se dirigir aos colegas presentes, principalmente o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, Lula disse que é necessário "cavucar" (buscar) todos os recursos possíveis para reconstruir o Rio Grande do Sul.
"Eu já disse que não faltará esforço deste governo, vamos tentar cavucar dinheiro onde tiver dinheiro. Se a gente ficar cavucando, vai encontrar os recursos necessários para devolver dignidade ao povo gaúcho", disse.
Nessa quarta (8), Barroso ligou para o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), confirmando o envio de R$ 60 milhões para auxiliar o estado. A verba tem origem em penas pecuniárias aplicadas e depositadas em juízo.
Comoção
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, também registrou a solidariedade do povo brasileiro em seu discurso ao anunciar a quantidade de doações encaminhadas por outras unidades da federação.
"Um registro da maior comoção e maior demonstração de solidariedade do povo brasileiro. Só de doações encaminhadas e operadas por entes federais, estamos chegando a 2 mil toneladas de doações encaminhadas e sendo encaminhadas ao Rio Grande do Sul. De longe é a maior doação já registrada na história da Defesa Civil. Nunca se registrou volume tão grande. Queremos agradecer às empresas privadas nessa operação logística e de guerra", destacou.









