Lula defende educação na América Latina para que "nunca mais outro país ouse falar grosso com o Brasil"
Declaração foi feita durante evento que anunciou rede de cursinhos populares em São Paulo; presidente evitou citar o nome de Donald Trump

Marcela Guimarães
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu investimentos federais em educação neste sábado (18), durante um evento em São Paulo. Ele associou o futuro do país como nação forte e independente a políticas de formação de estudantes e professores latino-americanos.
Sem citar o nome do presidente norte-americano Donald Trump, responsável por tarifas a produtos brasileiros e sanções a autoridades, Lula disse que o governo investe em educação para que o Brasil tenha um futuro melhor e nenhum outro presidente estrangeiro "ouse falar grosso" em relação ao país.
"Nós estamos investindo na sobrevivência da nossa juventude, na sobrevivência dos nossos negros, do nosso povo periférico... a gente quer formar uma doutrina latino-americana, com professor latino-americano, com estudantes latino-americanos, para que a gente possa sonhar que esse continente um dia vai ser independente. Que nunca mais um presidente de outro país ouse falar grosso com o Brasil, porque a gente não vai aceitar", disse Lula a uma plateia de jovens estudantes.
Ao lado dos ministros ministros da Educação, Camilo Santana, e da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente anunciou a ampliação da Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP), que atenderá estudantes que querem ingressar na universidade já a partir do ano que vem.
"Não é uma questão de coragem, é uma questão de dignidade e de caráter. Porque dignidade e caráter vocês não comprarão em shopping, vocês não comprarão em freeshop... e cabe a nós do governo apenas abrir a porta para que vocês possam entrar com a energia de vocês, a força de vocês, e o sonho de vocês, para dizer que o Brasil do futuro será melhor do que o Brasil do presente", complementou o presidente brasileiro.
Antes, Lula também citou o mercado financeiro que, segundo ele, critica o governo por gastar com educação. "A Faria Lima vai brigar com a gente, os banqueiros vão reclamar: 'nossa esse governo tá gastando 134 milhões de reais com o Pé de meia, poderia estar aqui na Faria Lima'", alfinetou.