Lula critica "sequestro" do Orçamento pelo Congresso: "Muito dinheiro gasto sem critério"
Presidente disse ainda buscar acordo sobre "emendas Pix" e afirmou, ao falar de alimentos, que população precisa ajudar a cuidar do próprio orçamento
Em meio à polêmica após o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), limitar as chamadas "emendas Pix", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o que chamou de "sequestro" do Orçamento público pelo Congresso Nacional. De acordo com ele, desde o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), quando Eduardo Cunha era presidente da Câmara, os parlamentares passaram a controlar "muito dinheiro", mas sem critério para destinar os recursos.
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Segundo Lula, o alto valor das emendas impositivas para cada parlamentar é uma "loucura".
"Com as emendas impositivas, significa que o deputado pode ser contra, a favor, ele tem o mesmo direito. Se ele passar o dia todo no microfone me xingando e votando contras as coisas do governo, ele vai receber do mesmo jeito. Isso foi o começo da loucura neste país. O Congresso hoje tem metade do orçamento total que o governo tem [...] não é possível. Não tem nenhum país do mundo, não existe nenhuma amostra em nenhum país do mundo em que o Congresso Nacional tenha sequestrado parte do Orçamento para ele em detrimento do poder Executivo, que é quem tem obrigação de governar", disse Lula em entrevista à Rádio T, do Paraná.
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O presidente afirmou foi eleito pelo povo e precisa cumprir o plano de governo vencedor das eleições. Reclamou que "complica" quando o orçamento previsto para obras e projetos precisa ser deslocado para pagar emendas parlamentares. Segundo Lula, esse orçamento impositivo não adota critérios objetivos ou segue planejamentos ao ser empenhado.
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Após fazer críticas, o presidente disse que existem plenas condições de conseguir um acordo com o Congresso a respeito das "emendas Pix", limitadas por decisão do ministro Flávio Dino.
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"Nós tivemos agora a decisão do ministro Flávio Dino, eu acho que é plenamente possível estabelecer a negociação com o Congresso e fazer com que haja um acordo que seja razoável. Eu não sou contra o deputado ter uma emenda, ele tem que levar uma obra para a cidade. Não sou contra [as emendas impositivas], mas é muito dinheiro que não tem critério no orçamento planejado que a gente fez para o país", disse Lula.
A fala fez referência a ele ter feito reuniões e recebido propostas de governadores e prefeitos para definir as obras que receberiam investimentos do Novo Programa de Aceleração de Crescimento (Novo PAC).
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