Lula compara Brasil à Faixa de Gaza ao falar sobre como encontrou país após governo Bolsonaro
Petista relembrou tramitação de PEC da Transição, quando o governo recém-eleito conseguiu aumentar o teto de gastos no Orçamento de 2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou, neste sábado (29), a forma como encontrou o Brasil após o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à Faixa de Gaza, região em guerra e sitiada por Israel. "Eu não sei se vocês veem na televisão a Faixa de Gaza, lá dos palestinos, eu não sei se vocês veem a destruição que a guerra está fazendo lá. Nós encontramos um país assim", criticou.
Lula participou cerimônia para anunciar investimentos federais em educação na zona leste de São Paulo, em Itaquera. Na ocasião, afirmou querer inaugurar os dois campi anunciados nesta manhã (Campus Zona Leste da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp de Itaquera, apelidado de Instituto das Cidades, e do campus Cidade Tiradentes do Instituto Federal de São Paulo) ainda neste mandato, por temer "as coisas não acontecerem" como no passado: "Quem veio depois não deu a atenção necessária".
"Nós encontramos um país sem ministérios, sem funcionários, com um rombo de quase R$ 300 bilhões. Nós encontramos um país, que se não fosse uma PEC de transição, a gente não governava", continuou o chefe do Executivo.
+ "Taxa das blusinhas": Receita Federal alerta empresas para informar consumidores na compra
Segundo ele analisou, "é a primeira vez na história desse país que alguém começa a governar antes de tomar posse, porque o desastre que este país estava submetido será inesquecível". A referência foi ao chamado "governo de transição", quando, em conjunto com o Senado, a gestão recém-eleita conseguiu promulgar uma proposta de emenda à Constituição (PEC nº 32 de 2022) para permitir aumento do teto de gastos no Orçamento de 2023.
A ampliação ocorreu, especificamente, para bancar despesas como o Bolsa Família, o Auxílio Gás, a Farmácia Popular e de outras políticas públicas.
+ Ministras de Lula visitam Pantanal em meio a queimadas crescentes
Políticas assistencialistas
O petista também criticou quem diz que "o Lula só fala com o pobre". "Eu quero governar o país para os empresários. Eu quero que os empresários ganhem dinheiro, porque ganhando dinheiro ele gera emprego, gerando salário, gerando consumo, gera comércio, que gera mais emprego, gera mais salário [...] eu quero que todo mundo cresça. Mas é importante que a gente coloque o povo mais humilde para subir na escala social deste país", explicou.
"Eu não sou o pai dos pobres. Eu sou um pobre que chegou à presidência da República", ponderou Lula. "Eu nada mais sou do que um de vocês, que teve a oportunidade de vir aqui [...] eu sei o que é a fome, eu sei o que é desemprego, eu sei o que é ir morar em enchente, eu peguei cinco na minha vida [...] eu sei o que é acordar de noite com água da casa", disse. "Esse país não pode continuar assim".