Lula cobra agilidade à Anvisa na liberação de remédios e critica 'negacionismo' de Bolsonaro
Presidente participou da inauguração de fábrica de medicamentos para obesidade e diabetes em Hortolândia (SP)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) maior agilidade na liberação de medicamentos.
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"Não é possível o povo não conseguir comprar remédio porque a Anvisa não libera. Essa é uma demanda que nós vamos tentar resolver", disse o chefe do poder Executivo.
A declaração foi dada nesta sexta-feira (23) durante uma cerimônia de inauguração de uma fábrica de medicamentos para tratamento de diabetes e obesidade do laboratório EMS, em Hortolândia (SP).
"Quando algum companheiro da Anvisa perceber que algum parente dele morreu porque algum remédio que poderia ser produzido aqui não foi porque eles não permitiram, aí a gente vai conseguir que ela seja mais rápida e atenda melhor os interesses deste país", completou.
Lula também fez críticas ao "negacionismo" do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo o petista, o antecessor foi irresponsável na condução da pandemia de covid-19.
“Voltamos ao governo em um momento de negacionismo jamais visto na história do país. Eu nunca imaginei viver em um país em que algumas pessoas ousaram dizer que a vacina fazia as pessoas virarem jacaré”, disse Lula, em referência a Bolsonaro, mas sem citá-lo diretamente.
Segundo o presidente, o adversário tem responsabilidade na quantidade expressiva de mortes durante a pandemia, cerca de 700 mil pessoas.
Nova fábrica
A fábrica trabalha com tecnologia de ponta para produzir no Brasil e comercializar no país e no mundo as moléculas de liraglutida e semaglutida, destinadas ao tratamento de obesidade e diabetes.
Esses medicamentos são os chamados peptídeos análogos de GLP-1, que agem como hormônios naturais do corpo, possibilitando a redução de efeitos colaterais para os pacientes, assim como dos custos. A fábrica demandou investimento de R$ 70 milhões. Do total, R$ 48 milhões vieram de financiamento com o BNDES. De acordo com a EMS, a fábrica vai gerar 150 novos empregos e cerca de outros mil trabalhadores de forma indireta.
O governo federal prevê investimentos de R$ 57,4 bilhões no Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS), entre recursos do poder público e da iniciativa privada, até 2026. O objetivo é expandir a produção nacional de itens prioritários para o Sistema Único de Saúde (SUS) e reduzir a dependência do Brasil de insumos, medicamentos, vacinas e outros produtos de saúde estrangeiros.