Lula almoça com generais na quinta-feira (18) e prepara discurso conciliador após condenações
Encontro será no Clube do Exército, em Brasília, com integrantes das três Forças Armadas


Cézar Feitoza
O presidente Lula (PT) participa de um almoço com oficiais-generais da cúpula das Forças Armadas na quinta-feira (18). Será o primeiro encontro do petista com militares após as condenações de ex-comandantes da Marinha e do Exército pela tentativa de golpe.
Auxiliares do presidente preparam um discurso a ser feito antes do almoço. Dois deles ouvidos pelo SBT News disseram que o tom será conciliatório, evitando o mal-estar causado pela prisão dos generais, e com acenos de prestígio aos militares.
Os comandantes das Forças Armadas —em especial Tomás Paiva (Exército) e Marcos Olsen (Marinha)— vêm sendo pressionados por oficiais da reserva contra as prisões dos condenados pela tentativa de golpe de Estado.
Estão presos em quartéis os generais Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto e o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha.
O almoço do presidente com os oficiais-generais das cúpulas das Forças é tradicional e ocorre sempre às vésperas do Natal. São sempre chamados os generais de quatro estrelas, a mais alta patente militar.
No ano passado, Lula cancelou a participação no almoço por causa de um procedimento que precisou fazer na cabeça. O presidente sofreu um acidente doméstico, teve hemorragia intracraniana e passou por cirurgia para drenar o sangue acumulado.
A crise instalada na caserna com a insatisfação de alguns oficiais pela prisão de generais vem sendo abafada com a confirmação, nos bastidores, de que o ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, permanecerá no cargo até o fim da gestão Lula.
A saída de Mucio vinha sendo cogitada desde o ano passado. No fim de janeiro, o ministro se encontrou com Lula e comunicou a decisão de permanecer no governo por mais um tempo, diante do risco de as condenações pela trama golpista causarem novo esgarçamento na relação das Forças com a gestão petista.
Em recentes conversas com Lula, o ministro da Defesa se comprometeu a ficar no cargo até o fim de dezembro de 2026. Não pretende continuar à frente da pasta caso o petista seja reeleito. O aceno, porém, já foi suficiente para garantir aos chefes militares a tranquilidade de não ter de reconstruir pontes com o governo em momento delicado.






