Lira anuncia apoio à candidatura de Hugo Motta para presidência da Câmara dos Deputados
Atual presidente da Casa fez pronunciamento ao lado do deputado do Republicanos e outros parlamentares
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou nesta terça-feira (29) que apoia a candidatura do líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), para sucedê-lo no comando da Casa. Lira fez um pronunciamento à imprensa, na Residência Oficial da Presidência da Câmara, em Brasília.
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Durante a fala, o atual presidente estava acompanhado de Motta e vários outros deputados federais, incluindo o líder do PP, Doutor Luizinho (RJ), o líder do MDB e do segundo maior bloco parlamentar da Câmara, Isnaldo Bulhões Jr. (AL), o líder do Podemos, Romero Rodrigues (PB), e o presidente da Frente Parlamentar Mista da Educação, Rafael Brito (MDB-AL).
"Depois de muito conversar e sobretudo de ouvir, estou convicto de que o candidato com maiores condições políticas de construir convergências no Parlamento é o deputado Hugo Motta, nome que demonstrou capacidade de aliar polos aparentemente antagônicos com diálogo, leveza e altivez", afirmou Lira.
Ainda de acordo com o integrante do PP, Motta é um deputado "experiente" e que viveu e vive de perto os desafios que perpassam a atual gestão da Câmara. Conforme Lira, o deputado do Republicanos "vai saber manter a marcha da Câmara dos Deputados, seguindo esta mesma receita que tantos bons frutos deu ao Brasil: respeito ao Plenário, cumprimento da palavra empenhada e a busca incessante por convergência".
Lira disse que, com o anúncio do apoio, espera dar início "à concretização de conversas que foram feitas e acordos que foram firmados com diversas legendas partidárias, em torno desse mesmo projeto de convergência". De acordo com o presidente da Câmara, declarar apoio a Motta neste momento é sua "contribuição pessoal à convergência", para que os parlamentares sigam com uma Casa "atuante, propositiva, firme em defesa das prerrogativas do Parlamento, da democracia e do Brasil".
Outros candidatos
A eleição para presidente da Câmara dos Deputados será realizada em fevereiro de 2025. O Republicanos vai oficializar a candidatura de Motta em reunião, em Brasília, nesta terça-feira.
Ele deve disputar o posto de presidente com os líderes do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), e do PSD, Antonio Brito (BA) — que firmaram uma aliança para um apoiar o outro no segundo turno da eleição, dependendo de qual deles passar.
Em seu pronunciamento, Lira falou sobre esses outros dois candidatos também. "Todos os deputados que se colocaram e se colocam nessa disputa possuem plena legitimidade para pretender a cadeira que temporariamente ocupo. Jamais caberia a mim, presidente da Casa, um entre iguais, cercear as legítimas pretensões de quem quer que seja ou obstar o projeto político de outro parlamentar", pontuou.
De acordo com ele, Elmar e Brito não são apenas colegas de Parlamento dele (Lira), mas também "verdadeiros amigos de vida". Com Elmar, Brito e todos os parlamentares, disse, manteve diálogo "aberto, franco e sobretudo leal".
"E a todos fiz apenas um único pedido: viabilizem-se junto às deputadas e deputados, pois sem convergência não há governabilidade, e sem governabilidade sofre o país e sofre a população", acrescentou.
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O Republicanos tem 44 deputados federais e faz parte do segundo maior bloco parlamentar da Câmara, que conta com 147 deputados, considerando os nomes ainda do PSD, MDB e Podemos.
Em 11 de setembro, Arthur Lira já havia confirmado a líderes que apoia Motta para ser o próximo presidente da Casa.
O União Brasil, sigla de Elmar Nascimento, possui 59 deputados federais, e o PSD, partido de Antonio Brito, 45. O primeiro congressista lidera o maior bloco parlamentar da Câmara, formado pelo União Brasil, PP, PSDB, Cidadania, PDT, Avante, Solidariedade e PRD, com 161 deputados federais.
Os três candidatos à sucessão de Lira estão em busca de apoio para suas candidaturas. Na semana passada, Motta disse ter "confiança" de que o Partido dos Trabalhadores (PT), sigla do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vai apoiá-lo.
"É claro que temos que respeitar o tempo de cada partido, a economia interna ali de cada um escolher qual opção irá caminhar junto na eleição da Câmara, mas o nosso diálogo tem sido constante", acrescentou. O PT ainda não confirmou que nome apoiará na disputa.
Para ser eleito presidente da Câmara, o candidato precisa de maioria absoluta dos votos em primeira votação ou ser o mais votado no segundo turno. Após o novo presidente ser eleito, são apurados os votos dos demais integrantes da Mesa Diretora, na seguinte ordem: dois vice-presidentes; quatro secretários e quatro suplentes.
Confira a íntegra do pronunciamento de Arthur Lira nesta terça-feira:
Minhas amigas e meus amigos,
Como todos sabemos, em fevereiro do ano que vem, as Deputadas e os Deputados da Câmara Federal escolherão seus novos dirigentes, que conduzirão os trabalhos da Casa pelos próximos dois anos.
Presidir a Câmara dos Deputados por dois mandatos consecutivos, tendo recebido, quando de minha reeleição, o voto de confiança de 464 Parlamentares, é uma das maiores honras que a vida já me concedeu.
Sou extremamente grato aos líderes partidários, cuja dedicação, apoio e disposição em dialogar têm nos permitido entregar ao país reformas estruturantes históricas, complexas, mas absolutamente imprescindíveis para modernizar o Brasil e pavimentar o caminho do desenvolvimento e do progresso.
Sinto imenso orgulho da agenda positiva e das entregas históricas que, JUNTOS, COM MUITO DIÁLOGO E CONVERGÊNCIA, estamos deixando ao país, mesmo num contexto de polarização social e política.
A Câmara dos Deputados é um reflexo da sociedade e é nela que devem ser livremente debatidas todas as matérias tidas como relevantes.
Nada deve ser obstado. Há de ser plena a liberdade do Parlamento de formular, discutir, debater, pensar as temáticas mais relevantes e sensíveis de nossa gente.
Assim também deve ser com a chamada Lei da Anistia. O tema deve ser devidamente debatido pela Casa. Mas não pode jamais, pela sua complexidade, se converter em indevido elemento de disputa política, especialmente no contexto das eleições futuras para a Mesa Diretora da Câmara.
E é por isso que, na condição de Presidente da Câmara dos Deputados, determinei a criação de uma Comissão Especial, para analisar o PL 2858/22.
Essa Comissão seguirá rigorosamente todos os ritos e prazos regimentais, sempre com a responsabilidade e o respeito que são próprios deste Parlamento.
Também nessa temática, é preciso buscar a formação de eventual convergência.
Essa é a marca do nosso trabalho: cumprimento intransigente dos acordos firmados, defesa das prerrogativas parlamentares, diálogo incessante e busca incansável por CONVERGÊNCIA.
Esse o espírito que me moveu e me move, especialmente agora, em que o senso de responsabilidade institucional e meu compromisso com o Brasil fazem com que eu me posicione publicamente em favor de um dos pretendentes à Presidência da Câmara dos Deputados, a partir de fevereiro de 2025.
Todos os Deputados que se colocaram e se colocam nessa disputa possuem plena legitimidade para pretender a cadeira que temporariamente ocupo.
Jamais caberia a mim, Presidente da Casa, um entre iguais, cercear as legítimas pretensões de quem quer que seja ou obstar o projeto político de um outro parlamentar.
No caso, e como todos sabem, Elmar Nascimento e Antonio Britto, mais do que colegas de Parlamento, são verdadeiros amigos de vida.
Com eles, tal como com todos os Parlamentares, mantive um diálogo aberto, franco e, sobretudo, leal, e a todos fiz apenas um único pedido: viabilizem-se junto às Deputadas e aos Deputados, pois sem convergência, não há governabilidade. E sem governabilidade, sofre o país. Sofre a população.
E depois de muito conversar e sobretudo de ouvir, estou convicto de que o candidato com maiores condições políticas de construir CONVERGÊNCIAS no Parlamento é o Deputado Hugo Motta, nome que demonstrou capacidade de aliar polos aparentemente antagônicos com diálogo, leveza e altivez.
Estou certo de que Hugo Motta, Deputado experiente, em seu 4 º mandato, e que viveu e vive de perto os desafios que perpassam a nossa gestão, vai saber manter a marcha da Câmara dos Deputados, seguindo esta mesma receita que tantos bons frutos deu ao Brasil: respeito ao Plenário, cumprimento da palavra empenhada e busca incessante por convergência.
Com esse meu gesto, espero dar início à concretização de conversas que foram feitas e acordos que foram firmados com diversas legendas partidárias, em torno desse mesmo projeto de convergência.
Declarar apoio a Hugo Motta nesse momento é minha contribuição pessoal à convergência, para que sigamos com uma Câmara dos Deputados atuante, propositiva, firme em defesa das prerrogativas do Parlamento, da democracia e do Brasil.