"Investigação dirá se foi um ato tresloucado ou de terrorismo", diz ministro sobre ataque a posto da PRF
Lewandowski também disse que caminhoneiro admitiu ter cometido ato terrorista; autor afirmou ser contra julgamento que tornou Bolsonaro réu
Wagner Lauria Jr.
Emanuelle Menezes
O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse, na tarde desta quarta-feira (26), que o caminhoneiro indignado com julgamento que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro réu do Supremo Tribunal Federal (STF) por trama golpista admitiu ter cometido um ato terrorista ao invadir um posto da PRF.
"Há um vídeo na internet em que ele afirma que praticou um ato terrorista, mas agora a investigação é que dirá se foi um ato tresloucado ou de terrorismo" afirmou.
O ministro também ressaltou que as investigações irão apontar se o homem agiu sozinho ou com a participação de outras pessoas. A invasão aconteceu antes da divulgação do resultado do julgamento.
Já o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Antônio Fernando Souza Oliveira, ressaltou que, após o ocorrido, o sistema de inteligência da corporação foi acionado e o alerta foi elevado em todo o país.
"Nenhuma ameaça vai diminuir a força da PRF. Nossos policiais não vão recuar no cumprimento da missão institucional”, declarou.
O que aconteceu?
Um caminhoneiro invadiu um posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e bateu intencionalmente em duas viaturas, na manhã desta quarta-feira (26), no Recanto das Emas, na BR-060, no Distrito Federal. O homem provocou o acidente por ser contra o julgamento que tornou réu o ex-presidente Jair Bolsonaro por trama golpista.
De acordo com a PRF, o motorista, que estava alcoolizado, retornava para São Paulo após fazer uma entrega em Brasília. Ele trafegava em alta velocidade quando atingiu barreiras plásticas utilizadas para canalizar o fluxo viário, ultrapassando o bloqueio policial e avançando pelo acostamento.
O veículo passou sobre um quebra-molas e colidiu com as viaturas da PRF que estavam estacionadas na área externa da unidade do Recanto das Emas. Ao ser abordado, o homem declarou que agiu por motivações políticas, segundo a corporação.
O teste do etilômetro constatou que o motorista estava bêbado, com resultado de 0,95 miligramas de álcool por litro de ar expelido – valor quase três vezes maior ao que configura crime de trânsito. Ele ainda tentou subornar os policiais, oferecendo dinheiro para ser liberado.
O homem foi preso em flagrante pelos crimes de embriaguez ao volante, corrupção ativa e tentativa de homicídio e conduzido para a Polícia Federal.
