Política

“Inconstitucional e totalmente desconfigurado”, diz secretário nacional de Segurança Pública sobre parecer de Derrite

Mário Sarrubbo afirmou que o relatório sobre o PL Antifacção abre margem para intervenções militares estrangeiras no Brasil

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Secretário de Segurança Pública Nacional, Mário Sarrubbo | Foto: reprodução/Agência Brasil
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O secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, disse nesta segunda-feira (10) que o parecer do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) sobre o Projeto de Lei Antifacção, enviado pelo governo ao Congresso, é inconstitucional e está “totalmente desconfigurado”. Ele afirmou, ainda, que o texto abre brechas para que o Brasil seja alvo de intervenções militares estrangeiras.

“O projeto apresentado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública foi totalmente desconfigurado. E o projeto apresentado pelo relator limita as ações integradas entre as forças federais e estaduais, impondo na verdade uma condição não prevista em lei e na Constituição, portanto, ele é inconstitucional”, afirmou em entrevista ao SBT.

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Sarrubo disse que o Ministério da Justiça não foi procurado pelo deputado recém-licenciado da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo desde que Derrite foi oficialmente escolhido para relatar o texto, na última sexta-feira (7).

O secretário nacional de Segurança Pública também defendeu que, ao colocar em situação de equivalência as consequências da atuação de organizações criminosas com as de grupos terroristas, o texto coloca o Brasil em situação de vulnerabilidade no cenário internacional.

“Ao se equiparar facções criminosas a grupos terroristas isso coloca o Brasil numa situação de vulnerabilidade perante outros países e organismos multilaterais internacionais. Organizações internacionais poderão sancionar economicamente o Brasil, países poderão impor restrições às nossas empresas, aos nossos turistas e até mesmo, como nós estamos vendo na Venezuela, isso poderá permitir que algum país interprete que o Brasil abriga grupos terroristas e até mesmo intervenções militares poderão acontecer” alertou.

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A reportagem procurou o deputado Guilherme Derrite (PP-SP) para comentar as declarações, mas não obteve resposta até o fechamento deste texto.

Com a urgência da proposta aprovada, o parecer de Derrite pode ser votado em plenário da Câmara nesta semana. Nas redes sociais, ele afirmou que a pauta “é suprapartidária” e que está “disposto a escutar todos os lados”.

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