Política

Hugo Motta proíbe deputados de votar no exterior após ida de Ramagem aos EUA

Nova orientação restringe participação remota e só permite votação fora do país em missões oficiais

Imagem da noticia Hugo Motta proíbe deputados de votar no exterior após ida de Ramagem aos EUA
Medida de Motta foi tomada após a viagem do deputado Alexandre Ramagem (PL) aos Estados Unidos | Reprodução
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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), determinou nesta terça-feira (25) que parlamentares que estiverem fora do Brasil não poderão registrar presença nem votar em sessões no Congresso Nacional, salvo quando estiverem em missão oficial autorizada pela Casa.

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A restrição foi dada após a viagem do deputado Alexandre Ramagem (PL) aos Estados Unidos, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe.

O político registrou presença e votou à distância pelo Infoleg, aplicativo usado por parlamentares para votar online, durante a viagem.

O que exatamente muda com a nova orientação?

De acordo com o parecer publicado no Diário da Câmara, parlamentares no exterior não podem registrar presença, votar ou participar de sessões deliberativas, mesmo no formato semipresencial.

A única exceção é quando o deputado está cumprindo missão oficial autorizada pelo presidente da Câmara.

O parecer reforça o princípio da territorialidade do mandato, segundo o qual o exercício pleno da função parlamentar deve ocorrer em território nacional.

Restrição para deputados em licença de saúde

A orientação também atinge deputados que estejam em licença para tratamento de saúde (LTS): mesmo nesses casos, se o parlamentar estiver fora do país sem autorização formal, não poderá votar remotamente.

O documento afirma que a presença no exterior cria uma “barreira intransponível” para aplicação das regras do Infoleg e que usar licença médica para justificar uma ausência prolongada pode configurar abuso de direito.

A restrição vale inclusive para sessões semipresenciais. Segundo o parecer, a exceção criada durante a pandemia não pode ser transformada em regra permanente e, portanto, o parlamentar no exterior não pode votar nem nessa modalidade.

Presidente da Câmara sujeito à regra

O documento lembra ainda que a regra atinge inclusive o presidente da Câmara. Uma decisão de maio de 2025 já havia determinado que nem mesmo o ocupante do cargo pode praticar atos que exijam presença (mesmo virtual) quando está fora do país.

Nesses casos, cabe ao substituto regimental assumir a condução da sessão.

A Presidência, segundo o parecer, tem o dever de “cumprir e fazer cumprir o Regimento”, o que inclui impedir registro de presença ou votação de qualquer deputado que esteja fora do território nacional sem autorização formal.

Cassação de Ramagem

Nesta terça-feira (25), o ministro Alexandre de Moraes do STF, determinou que a Câmara dê início ao processo de cassação do mandato de Ramagem.

O deputado foi condenado a 16 anos de prisão por tentativa de golpe e outros crimes, entre eles o uso indevido da estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar adversários políticos.

Segundo a Polícia Federal, o parlamentar deixou o Brasil em setembro, antes da conclusão do julgamento no STF. Há suspeita de que ele tenha cruzado a fronteira pela Venezuela ou pela Guiana. A fuga foi denunciada pelo PSOL após o site PlatôBR divulgar imagens que mostram Ramagem em Miami.

Além de determinar a cassação, Moraes ordenou a expedição de mandado de prisão e a inclusão do nome do deputado no Banco Nacional do Monitoramento de Prisões (BNMP).

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