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Governo federal quer formar 700 mil profissionais em educação midiática

Meta foi reforçada durante o seminário sobre combate às fake news em Brasília

Governo federal quer formar 700 mil profissionais em educação midiática
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O governo federal quer formar 300 mil profissionais da área da educação e 400 mil da área da saúde em educação midiática, que reúne as competências e habilidades para lidar com o conjunto de informações no ambiente digital. A meta para o período de 2024 a 2027 foi reforçada pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, nesta segunda-feira (8), durante o "Seminário de Educação Midiática: Preparado para Evitar Fake News?", realizado pelo Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional, em Brasília. O evento debate a importância da educação midiática, da valorização do jornalismo e da liberdade de expressão.

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Filizola, coordenadora-geral de educação midiática da Secretaria de Políticas Digitais da Secom, afirma que a parceria com os Ministérios da Educação e da Saúde entende que ambos têm atores com papel muito importante em levar esse conhecimento para a população.

Ela ressaltou que os agentes comunitários de saúde são "quem chega na casa das pessoas, quem consegue conscientizar, por exemplo, sobre um pensamento crítico em relação à ciência, à vacina, explicar por que aquela vacina é segura". "Vemos as consequências da desinformação nesse sentido", disse.

Mariana participou do painel que discutia a importância da educação midiática para políticas públicas. Participaram do mesmo painel a coordenadora-geral de tecnologia e inovação da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação, Ana Dal Fabbro; o coordenador do Setor de Comunicação e Informação da Unesco no Brasil, Adauto Soares; e Daniela Costa, coordenadora de pesquisa no Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br|NIC.br). João Camilo Jr., membro do Conselho de Comunicação Social do Congresso, fez a moderação do painel.

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Ana Dal Fabbro disse que o MEC tem trabalhado com a Secom para ofertar novos cursos no Ambiente Virtual de Aprendizagem do MEC (Avamec). O objetivo é proporcionar uma formação continuada para os professores desenvolverem novas competências em educação digital e educação midiática.

Segundo Mariana Filizola, o governo está trabalhando também para, em breve, lançar uma coletânea sobre o assunto. Acrescentou, porém, que já está disponível um repositório de materiais, na página da Semana Brasileira de Educação Midiática, com vários temas que podem ser abordados nos currículos.

Ela destacou dados da pesquisa Tic Kids Online Brasil 2023, segundo a qual, das crianças brasileiras entre 11 e 17 anos, 58% avaliam que sabem verificar se uma informação encontrada na internet está correta. Mas 47% concordam que todos encontram as mesmas informações quando pesquisam coisas na internet e 40% concordam que o primeiro resultado de uma pesquisa na internet é sempre a melhor fonte de informação. "Isso mostra que existe um desconhecimento, por exemplo, em relação ao algoritmo", disse Filizola.

Tema "urgente"

Ao SBT News, João Camilo Jr. afirmou que debater o tema da educação midiática "é essencial e urgente". "Medidas de restrição e proibição não provocam o efeito esperado e não criam a cultura de consumo consciente e responsável da informação".

Ainda de acordo com o conselheiro, "crianças e adolescentes não podem crescer alheios às novas tecnologias, à publicidade e ao ecossistema midiático, sob a justificativa de serem protegidos". Segundo ele, é "muito mais eficiente" oferecer a esse público ferramentas para que eles possam discernir entre um conteúdo nocivo ou falso de um conteúdo de qualidade e credibilidade.

Na abertura do painel do Conselho de Comunicação Social do Congresso, a vice-presidente do colegiado, Patricia Blanco, pontuou que o tema da educação midiática é "urgente, necessário e de extrema relevância para o momento atual que a gente vive". "Trabalhar no desenvolvimento do pensamento crítico de crianças, de jovens e de adultos em relação ao consumo de informação é uma questão de sobrevivência".

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De acordo com ela, no mundo atual de hiper abundância informacional, se a educação midiática não for encarada como algo para proteger direitos e promover a cidadania, não estaremos encarando a razão de ser da sociedade brasileira. Para ela, essa razão de ser é o desenvolvimento da habilidade "da liberdade de expressão com ética, com responsabilidade, fazendo com que a gente de fato possa participar ativamente de um ambietne democrático".

Ainda na abertura do seminário, o secretário de Políticas Digitais da Secom, João Brant, afirmou que a percepção de sua equipe é de que a educação midiática faz parte das ações para promover um "espaço digital seguro, para crianças e adolescentes, mas também para adultos, e protetor e promotor de direitos, individuais e coletivos".

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O presidente do Conselho de Comunicação Social, Miguel Matos, destacou que a educação midiática "transcende a pedagogia". "É uma ferramenta essencial para a emancipação dos cidadãos e a garantia de liberdade de expressão, que são os pilares de um Estado democrático".

Ele reforçou que as novas tecnologias e as mídias digitais democratizam o acesso à informação, pilar de uma sociedade democrática, mas que "essa expansão do acesso à informação não acontece no vácuo". "Os indivíduos não podem ser meros receptores passivos de informações. Pelo contrário, cada pessoa deve se ver e atuar no processo de construção do conhecimento".

Combate à desordem da informação

Adauto Soares disse que, na visão da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), há duas coisas fundamentais para a gente combater a desordem da informação: educação de qualidade e manutenção do jornalismo. "Sem o jornalismo a gente não consegue avançar nesse assunto. É fundamental mantermos o jornalismo, as agências de comunicação funcionando, porque elas nos ajudam a separar o joio do trigo nesse mundo de informação tão desnivelada que estão causando tantos problemas de toda ordem".

Daniela Costa, por sua vez, declarou que, quando se fala em educação midiática, muitas vezes, "há uma impressão de que é algo individual". "Vou lá, faço um curso, leio e desenvolvo a minha educação midiática, quando, na verdade, a educação midiática é social, é coletiva. A gente precisa de cada um, de todas as instituições, para que a gente tenha uma educação midiática mais efetiva", disse.

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