Abin descobre espião da Rússia atuando em embaixada no Brasil
Segundo a Política Nacional de Inteligência, "ações de espionagem podem afetar o desenvolvimento socioeconômico e comprometer a soberania nacional"
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) descobriu um espião da Rússia no Brasil que se passava por membro do corpo diplomático da embaixada russa em Brasília.
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A informação foi divulgada inicialmente pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmada pelo SBT News. O Itamaraty monitora o ocorrido, mas não comenta casos desse tipo por seu caráter sigiloso. O espião já deixou o Brasil.
De acordo com o jornal, trata-se de Serguei Alexandrovitch Chumilov, que entrou no território brasileiro em 2018 para atuar como primeiro-secretário da embaixada, e ele agia para cooptar brasileiros como informantes. Serguei se apresentava também como representante da Casa da Rússia no Brasil (Rossotrudnichestvo Brasil).
A Rossotrudnichestvo é uma agência russa cuja principal missão é "fortalecer a influência humanitária da Rússia no mundo". Está representada em 62 países do mundo por 73 missões estrangeiras. Ela participa seleção de estudantes estrangeiros para universidades russas.
O que é espionagem
Segundo a Política Nacional de Inteligência, é a "ação que visa à obtenção de conhecimentos ou dados sensíveis para beneficiar Estados, grupos de países, organizações, facções, grupos de interesse, empresas ou indivíduos".
Ela acrescenta que "ações de espionagem podem afetar o desenvolvimento socioeconômico e comprometer a soberania nacional".
O SBT News pediu posicionamento sobre a descoberta do espião da Rússia para a embaixada do país. A reportagem será atualizada se houver retorno.
Em 22 de fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, no Palácio da Alvorada, em Brasília.
Na conversa, que durou uma hora, Lula disse para o Lavrov que era necessário um acordo entre Ucrânia e Rússia para encerrar a guerra em curso desde 2022. Além disso, confirmou que vai à Rússia, em outubro, para participar da Cúpula dos Brics, o grupo de países emergentes do qual o Brasil e a Rússia fazem parte.