Governo diz que preço de alimentos deve cair nas próximas semanas
Anúncio foi feito por ministros após reunião com o presidente Lula no Palácio do Planalto
Os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmaram que a tendência é que o preço de alimentos, como arroz, feijão e trigo, devem cair na virada de março para abril.
Em entrevista concedida no Palácio do Planalto após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os ministros afirmaram que o preço para o produtor já baixou, e que a tendência é que isso seja repassado ao consumidor nos supermercados nas próximas semanas. Eles também justificaram que a alta dos preços, principalmente no segundo semestre de 2023, ocorreu por conta de questões climáticas.
+ Lula vai à inauguração de mineradora que prevê 1 milhão de toneladas de fertilizantes ao Brasil
“Todas as evidências é que já baixou o preço ao produtor e terá uma redução ainda maior de preços ao produtor, o que determina que esse aumento ocorreu em função de questões climáticas que foram muito importantes no Brasil. Todo mundo assistiu às altas temperaturas no Centro-Oeste, as chuvas no Sul do Brasil. Houve um aumento sazonal e a tendência é diminuir”, disse Paulo Teixeira.
+ Lula: “Economia cresceu melhor do que FMI previa, mas está muito longe do que pretendo”
Uma das grandes preocupações é o preço do arroz, que disparou no último trimestre de 2023 por conta das chuvas no Rio Grande do Sul. O estado é responsável por cerca de 85% do abastecimento de arroz no mercado nacional.
“Estamos com a colheita em torno de 10% no Rio Grande do Sul e os preços aos produtores já desceram em torno de R$ 120 para em torno R$ 100 a saca. Esperamos que essa baixa dos preços se transfira, que os atacadistas abaixem também os preços na gôndola do supermercado”, disse Fávaro. Segundo o chefe de Agricultura, a tendência é que a colheita deve chegar a 60% nos próximos dias, o que deve reduzir ainda mais os preços.
Fávaro também falou sobre o Plano Safra que será lançado em junho e vai incentivar a produção de arroz, feijão, trigo, milho, e mandioca, com “papel fundamental” da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em 2023, a empresa pública comprou 360 mil toneladas de milho e, segundo o ministro, ajudou a controlar a inflação dos preços de milho e carnes no Nordeste durante o período de seca.
A companhia comprou 360 mil toneladas de milho, que também é usado como ração para a pecuária. Este estoque conseguiu segurar os preços de aves, bovinos e suínos, segundo os ministros. Com o Plano Safra, a tendência é que a Conab aumente seus estoques de alimentos com feijão e arroz.
A Conab é responsável pela formação de estoques públicos com a intenção de controlar preços de alimentos e a renda dos produtores. Também administra e mantém o abastecimento interno, comercializando estoques na entressafra para reduzir ou impedir o aumento do preço dos alimentos.
“Para o alimento que chega na mesa do produtor, o arroz, o feijão, o pão, o macarrão, o que vem do trigo e da mandioca, tudo isso precisa de estímulo e estamos preparando um arcabouço de medidas para o Plano Safra para que nós possamos aumentar a produção e ter alimentos de qualidade e mais baratos para a população brasileira”, disse.
Segundo Fávaro, algumas medidas já vêm sendo implantadas, como a desconcentração de plantios em determinadas regiões, para evitar que aconteçam situações como a do arroz. Como 85% do arroz é produzido no Rio Grande do Sul, as chuvas lá impactaram fortemente o preço do produto.
“O Brasil é quase autossuficiente na produção de arroz [...] só que isso é concentrado na região Sul do país, então quando a gente estimula o plantio de segunda safra no Centro-Oeste, no Nordeste, a gente está incentivando a ter arroz perto deste centro de consumidores. Este papel vai caber à Conab no nosso Plano Safra”, explicou.
Reunião do setor de pecuária
Nos próximos dias, cinco setores do agronegócio vão se reunir com Lula na Residência Oficial da Granja do Torto. Segundo Fávaro, os setores de fruticultura, cafeicultura, pecuária, algodão e de celulose querem organizar um churrasco para conversar com o presidente para tratar de pleitos e também comemorar anúncios feitos nesta semana.
"O setor de carnes ficaram muito feliz para fazer o anúncio essa semana, falaram ao presidente que querem fazer um churrasco para comemorar", disse o ministro da Agricultura.