Governo aciona Padilha e Rui Costa para negociar vetos de Lula no Congresso
Rodada de negociação vem após liberação de emendas e inclui encontro com presidentes da Câmara e do Senado
O governo acionou os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil) para reforçar as negociações para manter vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em projetos aprovados pelo Congresso.
+Governo libera R$ 2,7 bilhões ao Congresso e posterga negociações às vésperas de análise de vetos
Os nomes da Esplanada estão reunidos com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), na tarde desta quarta-feira (24). Há expectativa de que Rui Costa também encontre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). As reuniões ocorrem horas antes da sessão conjunta do Congresso, que pode derrubar decisões de Lula e está marcada para às 19h. A equipe de Lula quer adiar o encontro.
A intenção é ganhar mais tempo para negociações no parlamento. O movimento foi confirmado por nomes ligados a Lula, como a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (RS).
Uma mudança na data da sessão não foi confirmada oficialmente. Mesmo se for mantida, as conversas com ministros podem influenciar na escolha da pauta. Até o momento, 32 pontos são cotados, entre vetos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), corte no valor de emendas ao Congresso e outras decisões recentes, como a flexibilização concedida por Lula às saídas temporárias que foram aprovadas pelo Congresso, conhecidas como “saidinhas”.
Liberação de Emendas
Na lista de movimentos recentes do governo está a liberação de uma rodada de emendas parlamentares No início da semana, foram autorizados R$ 2,7 bilhões a deputados e senadores. O recurso pode ser direcionado por congressistas a projetos ou obras nos estados de origem e funciona como capital político. A liberação também era uma demanda no Congresso, pela intenção de ampliar ações durante o ano eleitoral. Com o novo valor, os repasses para parlamentares somam R$ 5,34 bilhões desde o início do ano.
A estratégia na liberação foi adotada durante o primeiro ano do governo. Ao longo de 2023, o Planalto autorizou recursos às vésperas de votações importantes, como a reforma tributária, quando foram direcionados R$ 5,34 bilhões em um só dia. A possível influência nas negociações foi rechaçada pelo líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE).