General Heleno é intimado a depor à PF em investigação sobre a Abin paralela
Ex-ministro de Bolsonaro, militar comandou gabinete responsável pela Agência Brasileira de Investigação
O general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo Bolsonaro, foi intimado nesta terça-feira (30) para depor à Polícia Federal (PF). Ele deverá prestar esclarecimentos sobre as investigações de uso ilegal da Agência Brasileira de Investigação (Abin).
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O depoimento do general foi marcado para a próxima terça-feira (6), na sede da PF, em Brasília. A intenção é apurar se o militar sabia dos movimentos políticos relacionados à Abin.
O caso está sob investigação da PF. Os indícios são de que houve uso de equipamentos de monitoramento da agência para acompanhar desafetos políticos do então presidente Jair Bolsonaro (PL) e de filhos do ex-mandatário.
Na segunda-feira (29), o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos) foi alvo de um mandato de busca e apreensão. Carlos foi apontado como um chefe “político” do movimento. O ex-diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, também foi alvo de operação. Todos os citados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, negam qualquer interferência.
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"Abin paralela"
A PF deflagrou a operação Vigilância Aproximada, desdobramento da Última Milha, realizada em outubro do ano passado.
As ações investigam criação e atuação de uma "Abin paralela" na gestão do então diretor-geral da agência e hoje deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), aliado e amigo da família Bolsonaro. Ele foi alvo de buscas na Vigilância Aproximada, que também afastou imediatamente sete policiais federais de suas funções.
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Durante o governo Bolsonaro, a "Abin paralela" usou instrumentos como o software FirstMile para rastrear e monitorar autoridades e adversários políticos do ex-presidente.
Investigações apontam que figuras públicas como os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia e o ministro da Educação e ex-governador do Ceará, Camilo Santana, foram espionados ilegalmente.