Análise: Flávio tem o bolsonarismo, mas e o restante da direita?
Candidatura do senador à Presidência da República em 2026 pode sair pela culatra se dividir a direita e a centro-direita


Basília Rodrigues
O anúncio de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para Presidência da República é uma virada de página para o bolsonarismo, que agora reconhece que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não estará nas urnas em 2026 e inicia uma nova etapa para ter apoio de outros partidos de direita.
O Partido Liberal (PL) de Bolsonaro, nas palavras do presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, apoia. O comando do partido tem sentimento de gratidão por Bolsonaro, pelo tamanho que a legenda tomou e dificilmente vetaria a escolha dele.
Mas isso não é suficiente para vencer uma eleição.
A candidatura de Flávio pode sair pela culatra se dividir a direita e a centro-direita. Questão de perfil do candidato, da divisão de espaços no poder, e da real chance de obter votos contra o candidato da situação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Para 2026, há um discurso posto por vários políticos de que é preciso vencer a polarização. Nada que seja impossível de mudar, se houver a certeza de vitória com Flávio.
União Brasil, Partido Progressista e Republicanos, que estiveram na base do governo Bolsonaro, não manifestaram apoio a Flávio até agora. Essas legendas acreditam que ainda há tempo para apostar em um candidato moderado, que esteja fora da polarização política entre Bolsonaro e Lula.
Nas eleições de 2018, inicialmente, Bolsonaro também não contava com frente ampla, mas acabou convencendo pelos votos, que despontavam nas pesquisas, e também pelo estado de comoção provocado pelo episódio da facada.
Agora, em 2026, para ter o apoio deles, Flávio terá que convencer que não irá governar somente para bolsonaristas ou que, no mínimo, conseguirá fazer tantos votos quanto o pai.









