Política

Flávio Bolsonaro afirma que PL da Dosimetria precisa de ajustes para não beneficiar "marginais de verdade"

Senador ainda diz que Jair orientou apoiar texto favorável a condenados pelo 8 de janeiro: "Ele aguenta tranco de mais um tempo" preso na PF

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Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) | Divulgação/Carlos Moura/Agência Senado
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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta terça-feira (16) que conversou com o pai, Jair Bolsonaro (PL), sobre PL da Dosimetria, projeto de lei que reduz penas de réus pelos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023. Segundo o parlamentar, pré-candidato à Presidência nas eleições de 2026 por indicação do ex-presidente, ex-mandatário orientou aliados a apoiar possíveis benefícios do texto limitados a condenados pelo 8/1, para evitar distorções e brechas favoráveis a "marginais de verdade".

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"Falei da repercussão do projeto da dosimetria. Falei pra nossas lideranças partidárias que ele, Jair, havia dado diretriz de que aceitássemos fazer isso, a redação independente de qual fosse", comentou Flávio a jornalistas após visitar o pai, preso na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília por tentativa de golpe de Estado.

"Se colocasse pessoas como 'Débora do Batom' em casa, próximas de sua família, ainda que numa semiliberdade, ele já sentiria menos triste", disse o senador, em referência à condenada pelo 8/1 que pichou a frase "perdeu, mané" na estátua A Justiça, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ela está em prisão domiciliar.

"Ele aguenta tranco de mais um tempo aqui até que essa situação se reverta e a justiça seja restabelecida no nosso país. Mais uma vez, ele coloca interesses do Brasil e de outras pessoas inocentes à frente do interesse dele", acrescentou.

O senador ainda reclamou da tramitação do PL da Dosimetria na Câmara, em que "grande maioria dos parlamentares votou até sem saber qual era o texto de verdade", e admitiu que projeto de lei precisa de ajustes no Senado. "Exercício parlamentar [na Câmara] foi constrangido por força fora do Congresso Nacional."

"Aí chega no Senado, texto realmente tem este problema que precisa ser corrigido. A gente está vendo para evitar que esse benefício seja dado a marginais de verdade, perigosos, na carona da votação desse projeto. Vou conversar com Rogério Marinho [senador do PL-RN líder da oposição no Senado], que participou de tratativas ontem com Alcolumbre e Motta", acrescentou, citando presidentes das casas do Congresso.

Segundo Flávio, ideia é que conclusão de ajustes ocorra ainda esta semana, antes do recesso e do fim de ano. Congressista afirmou que não conversou com Jair sobre decisão do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de revogar sanções da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Flávio: "Peço bom senso ao relator, para que não fique transparecendo que querem matar Bolsonaro"

Flávio também conversou com a imprensa sobre a saúde de Jair. A defesa do ex-presidente apresentou exames médicos pedindo autorização para cirurgia urgente, citando duas hérnias inguinais, caracterizadas pelo deslocamento de parte do intestino ou de tecido abdominal por uma abertura na região da virilha. O ministro Moraes, relator da execução penal, determinou que a PF faça perícia nesses laudos nesta quarta (17).

O senador descreveu ex-presidente "mais animado" hoje, sem soluços, e afirmou que intervenção cirúrgica é necessária "para evitar de ter que abrir abdômen todo novamente", procedimento que seria "muito mais agressivo" e com "risco de vida muito maior".

"Peço aqui, mais uma vez, que volte ao bom senso o relator desse processo [Moraes], pra que não fique transparecendo que parece que querem matar Bolsonaro onde ele está", reclamou Flávio, em referência ao novo pedido da defesa por prisão domiciliar humanitária.

"É um risco de saúde real, grave. Os médicos pedindo, comprovando necessidade de intervenção cirúrgica e relator enrolando, menosprezando necessidade de tomar conta da saúde dele. Fica aqui mais uma vez público que é inaceitável esse tipo de constrangimento, de comportamento por parte do relator em relação ao presidente Bolsonaro", completou.

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