Ex-prefeito de Nova Friburgo é condenado por desviar verbas da tragédia de 2011
Justiça determina prisão de Dermeval Barboza e outros dois envolvidos na fraude de contratos emergenciais; cada um deve ressarcir os cofres em R$ 171 mil

SBT News
O ex-prefeito de Nova Friburgo (RJ), Dermeval Barboza Moreira Neto, foi condenado pela Justiça Federal por desviar recursos destinados às vítimas da tragédia ambiental que devastou a Região Serrana do Rio de Janeiro em janeiro de 2011. Junto com ele, também foram condenados o ex-secretário municipal José Ricardo Carvalho de Lima e um empresário .
O ex-prefeito e o ex-secretário municipal receberam penas de 9 anos, 10 meses e 10 dias de reclusão. Todos os envolvidos também foram condenados a ressarcir aproximadamente R$ 171 mil cada um aos cofres públicos, seguindo a ação penal foi movida pelo Ministério Público Federal (MPF).
Os condenados participaram de um esquema que aproveitou o estado de calamidade pública para realizar contratações diretas sem licitação, desviando verbas que deveriam servir para recuperação da cidade.
Segundo as investigações do Ministério Público Federal, houve direcionamento prévio para empresas específicas, simulação de processos de coleta de preços com orçamentos falsos e adulteração de documentos administrativos para encobrir as irregularidades e justificar pagamentos indevidos.
Para o procurador da República Luís Cláudio Senna Consentino, a decisão judicial reforça a gravidade de práticas corruptas, especialmente em contextos de crise, "que merecem punição".
Os condenados, no entanto, poderão recorre da sentença em liberdade.
Relembre a tragédia de 2011
A Região Serrana do Rio de Janeiro foi atingida por um volume de chuvas sem precedentes em janeiro de 2021, tornando-se um dos piores desastres naturais da história do Brasil: foram cerca de 900 mortes em toda a região que inclui as cidades de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo.
O evento foi comparado a grandes catástrofes mundiais devido à sua magnitude e impacto destrutivo, já que comprometeu serviços essenciais como luz, água e comunicações, além de danificar hospitais e prédios públicos, dificultando ainda mais o atendimento emergencial às vítimas.









