Em reunião com Lula, governador de Roraima defende construção de presídio federal para venezuelanos
Antonio Denarium defendeu também mudanças na Lei de Imigração em reunião no Palácio do Planalto sobre segurança pública
O governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta quinta-feira (31), a construção de um presídio federal no estado com foco na prisão de venezuelanos. Ele também defendeu alterações na Lei de Imigração.
A declaração foi dada durante uma reunião com Lula e outros 17 governadores sobre segurança pública no Palácio do Planalto.
“Já solicitei ao Ministério da Justiça a construção de um presídio federal, em Roraima, para abrigar os venezuelanos, e que também possa ser feita a extradição deles para o país de origem”, declarou o governador.
Roraima é um estado fronteiriço à Venezuela e recebe muitos refugiados devido à crise política vivida no país vizinho. Segundo o governador, entre as pessoas necessitadas de ajuda, entram também muitos traficantes, que se aproveitam da ajuda humanitária para entrar no Brasil com facilidade. Ele, contudo, não apresentou dados para embasar seus argumentos.
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“Eles entram no Brasil como refugiados, e, a maioria deles, não apresenta nenhum tipo de documento e nem de antecedentes criminais, entram por declaração e dizem que perderam os documentos durante a viagem e isso é autodeclaratório: o nome, a filiação e até a data de nascimento. Com isso, entram no Brasil também as facções criminosas. Os bandidos que fugiram da Venezuela estão se abrigando no Brasil”, declarou o governador.
PEC da Segurança Pública
Antes de o microfone ser aberto para os governadores presentes, Lewandowski fez uma apresentação dos pontos principais da proposta de emenda à Costituição (PEC) da Segurança Pública. Entre as alterações propostas no texto estão o aumento de responsabilidades da União na segurança pública, maior integração das polícias, a criação de uma polícia ostensiva federal (que vai substituir a PRF), além de reforçar o Sistema Único de Segurança Pública (Susp).
"Estamos nos restringindo à atuação das nossas forças que são as forças federais. Em substituição à PRF, nós pretendemos criar uma Polícia Ostensiva Federal, dando vazão à sua vocação para que realize o policiamento, não só em rodovias, mas em ferrovias e hidrovias federais. É preciso também que tenhamos policiamento nessas vias e modais importantes para a economia brasileira. Onde passam as mercadorias, passam drogas, armas e tráfico de pessoas", disse.
Na abertura da reunião, o presidente Lula alertou para o avanço do crime organizado, que está expandindo suas atuações para atividades legais e está cada vez mais presente em cargos públicos. Esse ponto da reunião teve a concordância unânime dos governadores.
"Logo, logo, o crime organizado vai estar participando de concurso, indicando juiz, procurador, político, indicando candidato. E essa é uma coisa que é quase incontrolável, se a gente não montar um pacto federativo que envolva todos os poderes, que estão envolvidos direta e indiretamente nisso", afirmou Lula.