Eleições: Padilha minimiza derrotas do PT e associa vitórias do centrão ao crescimento de frente ampla
Ministro ressaltou vitória de partidos do centrão que têm ministérios na gestão Lula, mas sem calcular opositores nessas mesmas legendas
O ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, minimizou as derrotas do PT nas eleições municipais de domingo (6). Além de valorizar as vitórias do partido após reunião convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto para fazer um balanço dos resultados do pleito, Padilha ainda ressaltou a vitória de partidos da “frente ampla” - legendas do centrão - que fazem parte do governo federal.
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“Tivemos um crescimento muito importante. Só o PT teve um aumento de mais de 40% em relação às prefeituras que se elegem agora, em relação ao ano de 2020. O conjunto de partidos que apoiam o governo, com lideranças, que têm ministros, também tiveram um crescimento expressivo, o que mostra que esse conjunto de partidos têm um enraizamento importante nas eleições municipais”, disse.
Apesar do resultado considerado abaixo do esperado pelo próprio partido, o PT elegeu 251 prefeituras no primeiro turno do último domingo (6). Em 2020, o número de prefeitos eleitos foi de 183. O crescimento foi de 37%.
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O partido com maior número de prefeituras eleitas foi o PSD, predominado por políticos de centro e centro-direita. A legenda possui três ministros na gestão Lula - André de Paula (Pesca), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Carlos Fávaro (Agricultura). Na sequência, veio o MDB, partido de centro, com três pastas robustas - Renan Filho (Transportes), Jader Filho (Cidades) e Simone Tebet (Planejamento).
O PL de Jair Bolsonaro teve um aumento de 45% nas prefeituras, ao subir de 349 para 509. Outras legendas de direita, como Republicanos - com um ministério no governo Lula - e Avante, com diversos políticos ligados a Jair Bolsonaro, também aumentaram o número de prefeitos.
A presença de PSD, MDB, PP, União Brasil e Republicanos no governo, no entanto, não significa alinhamento com o governo em todas as frentes. Diversos candidatos de algumas dessas legendas são, na verdade, opositores de Lula e até alinhados a Jair Bolsonaro. Um dos exemplos é Ricardo Nunes, do MDB, que é apoiado por Bolsonaro em São Paulo, e vai enfrentar Guilherme Boulos (PSOL), candidato de Lula, no segundo turno em São Paulo.
"Sabemos da força dessa extrema direita no país, ninguém nega essa força, ninguém nega a capilaridade nacional dessa força. Agora, acreditamos que, no segundo turno, essas lideranças que compõem essa frente ampla do presidente Lula têm todas as condições de derrotar, inclusive, essas lideranças de extrema-direita", disse.
Padilha também comemorou vitórias acachapantes de aliados de Lula contra candidatos de Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro e em Recife. Eduardo Paes (PSD) derrotou Alexandre Ramagem com 60,4% e João Campos (PSB), em Recife, conquistou votação recorde na cidade com 78,1%, enquanto Gilson Machado teve 13,9%. Bolsonaro, inclusive, acompanhou a apuração no Rio de Janeiro, ao lado de Ramagem e outros políticos bolsonaristas.
“Bolsonaro foi derrotado no seu condomínio, na sua casa, na cidade do Rio de Janeiro, por uma liderança dessa frente ampla e que fez questão, no anúncio da sua vitória, de agradecer ao presidente Lula”, destacou.