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Política

Eleições 2024: bolsonarista anuncia candidatura pelo PL e ruptura com o PSDB em Campo Grande

Diretórios fecharam aliança, rejeitada pelo deputado Pollon, atual dirigente do partido de Bolsonaro. Veja principais candidatos na capital de MS

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O deputado federal Marcos Pollon (Ag. Câmara)
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Foi de um stand de clube de tiros, com o celular apoiado numa garrafa de cerveja, que o bolsonarista Marcos Pollon anunciou nas redes sociais a sua pré-candidatura à prefeitura de Campo Grande, a capital de Mato Grosso do Sul. Conhecido defensor de pautas armamentistas e dirigente regional do PL, Pollon é deputado federal de primeiro mandato.

Em princípio, dizia que não queria concorrer à prefeitura, que preferia debater os temas armamentistas e de extrema direita no Congresso Nacional. Ele mudou de ideia no fim de semana, depois que a executiva nacional de seu partido fechou um acordo para apoiar a candidatura de Beto Pereira, do PSDB.

O fato irritou o parlamentar. “Eu corto as minhas bolas, mas não apoio o PSDB”, esbravejou.

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Na sequência, mais moderado, seguiu seu discurso para uma plateia de menos de dez pessoas, ao som de música sertaneja e de estampidos de armas.

“Recebi através da imprensa, que teve uma reunião da alta cúpula que alinharam com o PSDB aqui (...) Fiquei quieto, estava esfriando a cabeça. E eu ia ficar quieto até ir lá [para Brasília] para conversar. Só que minha mãe pariu um homem, não pariu um saco de bosta. Um homem não volta atrás com a palavra”, declarou Pollon.

A entrada de Pollon na disputa ainda precisa ser confirmada pela convenção partidária nas próximas semanas. Se assim o for, deve bagunçar o cenário que, até o momento, não está muito claro. Em Campo Grande, há ao menos nove pré-candidaturas (três de mulheres e seis de homens). Os últimos levantamentos eleitorais não deixam nenhum favoritismo claro.

As últimas pesquisas não analisaram cenário com Pollon e todas divulgadas até o momento incluíram o ex-prefeito e ex-governador André Puccinelli (MDB), que desistiu de concorrer para apoiar Beto Pereira.

A confusão deve se dar, principalmente, pelo fator Jair Bolsonaro (PL). Quem o ex-presidente abençoar deverá herdar parte de seus votos obtidos no pleito de 2022. Naquele ano, ele angariou 313.906 votos no segundo turno, o equivalente a 62,6% do total da cidade.

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Para se ter uma ideia, só em Campo Grande, Bolsonaro teve mais votos que Marquinhos Trad (PSD), que foi eleito prefeito no primeiro turno de 2020. Naquela ocasião, Trad obteve 52,5% dos votos. A atual prefeita é Adriane Lopes (PP), que substituiu Trad quando ele deixou a prefeitura para concorrer ao governo. Ela deve concorrer à reeleição.

Maior cidade de Mato Grosso do Sul, Campo Grande tem 646.000 eleitores, conforme os dados do Tribunal Superior Eleitoral.

Os principais nomes na disputa pela prefeitura de Campo Grande

Adriane Lopes (PP)

Eleita vice-prefeita em 2020, herdou a prefeitura de Marquinhos Trad (PSD) em 2022, quando o então prefeito deixou o cargo para concorrer ao governo estadual. Foi escolhida para concorrer à reeleição pela senadora Tereza Cristina, ex-ministra da Agricultura de Bolsonaro, que dirige o Progressistas em Mato Grosso do Sul.

André Luis (PRD)

Professor, médico veterinário e vereador em primeiro mandato.

Beto Figueiró (NOVO)

Empresário do ramo imobiliário se define como representante da direita raiz. Foi candidato derrotado a vice-governador em 2022.

Beto Pereira (PSDB)

Deputado federal em segundo mandato. Já foi prefeito de Terenos (MS), deputado estadual e é herdeiro político, filho de um ex-senador do MDB, Valter Pereira. Ele tem 46 anos. Conta com o apoio do atual governador, Eduardo Riedel (PSDB), e vem costurando um arco de alianças estimado entre quatro e sete legendas.

Camila Jara (PT)

Deputada federal de primeiro mandato teve a segunda maior votação na cidade na eleição de 2022. Tem 29 anos. Já foi vereadora em Campo Grande e está entre as jovens lideranças do Congresso Nacional.

Luso Queiroz (PSOL)

Militante de esquerda, tem 30 anos. Atuou em entidades sindicais, na União Brasileira dos Estudantes e no Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.

Marcos Pollon (PL)

Fundador de movimento pró-armas, é um conhecido bolsonarista. Foi o deputado federal mais votado de Mato Grosso do Sul, com 103.000 votos, sendo cerca de 38.000 em Campo Grande.

Rose Modesto (União Brasil)

Ex-vice governadora, ex-deputada federal, ex-presidente da Superintendência de Desenvolvimento do Centro Oeste. Atuante na área de educação, já transitou entre tucanos e petistas.

Ubirajara Martins (DC)

É advogado. Já foi candidato a deputado federal, mas não se elegeu.

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