Dia de derrotas motiva governo Lula a rever estratégias no Congresso
Após derrubada de vetos de Lula e manutenção de veto de Bolsonaro por parlamentares, liderança do governo no Legislativo prepara reuniões
O senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), líder do governo de Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso, disse ao SBT News que o núcleo político da gestão irá conversar com o presidente e com "quais ministros forem necessários" para reforçar a articulação após um dia de derrotas para o Palácio do Planalto no Legislativo.
Esse núcleo é formado por Randolfe, pelos líderes do governo no Senado e na Câmara, Jaques Wagner (PT-BA) e José Guimarães (PT-CE), respectivamente, e pelo ministro Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência.
O que aconteceu
Na terça-feira (28), deputados e senadores derrubaram o veto parcial de Lula à restrição das saídas temporárias de presos e mantiveram o veto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que barrou a tipificação do financiamento e promoção de fake news em massa como crime. Ao todo, o Congresso decidiu derrubar sete e manter quatro vetos presidenciais.
No caso do veto no projeto das "saidinhas" de detentos, a derrubada se deu por 314 votos a 126 na Câmara, com duas abstenções, e por 52 votos a 11 no Senado, com uma abstenção.
Também foram retomados trechos vetados pelo petista na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) que impedem a aplicação de recursos públicos em questões polêmicas, como invasão de terras e aborto.
Parte das contraposições a decisões de Lula vieram de integrantes da base governista. Partidos do "centrão" que têm ministérios na Esplanada, como União Brasil e PP, formaram maioria pela derrubada do veto no projeto das "saidinhas". Mesmo siglas mais fiéis ao governo, como PSD e MDB, também votaram na contramão do Planalto.