Deputado do PL, pai de ex-vereador preso por estupro, diz que fim das "saidinhas" é "covardia"
Câmara aprovou projeto de lei em votação simbólica; texto segue agora para sanção ou veto do presidente Lula
Durante deliberação do projeto de lei que proíbe as chamadas "saidinhas" de presos (nº 2.253 de 2022), na Câmara dos Deputados, o deputado federal Roberto Monteiro (PL-RJ), pai do ex-vereador carioca Gabriel Monteiro, preso por estupro, classificou o fim da medida como "covardia".
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Apesar do amplo apoio de correligionários do Partido Liberal, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, à pauta, o congressista afirmou que seria injusto "cercear aqueles que estão privados de sua liberdade e que dentro do cárcere cumprem literalmente, como manda o figurino".
A votação foi simbólica e não houve registro nominal.
Os deputados concordaram com as mudanças feitas no texto pelo Senado e, dessa forma, o PL mantém o benefício da saída temporária apenas para inscritos em cursos de educação ou profissionalizantes. O projeto segue, agora, para sanção ou veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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Um vídeo com a fala de Monteiro na Câmara tem circulado nas redes sociais. Assista:
Caso Gabriel Monteiro
Gabriel Monteiro cumpre pena na Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza, conhecida como Bangu 8, no Complexo de Gericinó, Zona Oeste do Rio.
O ex-vereador está preso desde novembro de 2022, quando foi condenado por estupro. De acordo com o Ministério Público, o ex-PM forçou uma jovem a manter relações com ele após a inauguração de uma casa noturna, em 2021.
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Além de tê-la ameaçado com uma arma, ele teria lhe transmitido HPV. Monteiro se entregou à Justiça em 2022.
Há ainda outros processos abertos contra ele que correm em segredo de Justiça: peculato (desvio de dinheiro público), falsidade ideológica, coação à testemunha e por filmar relações sexuais com uma menor de 15 anos.