Defesa de Braga Netto pede concessão de liberdade pela 4ª vez ao STF
Ex-candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, general está preso desde dezembro do ano passado

Paola Cuenca
Os advogados do general Braga Netto solicitaram, nesta quarta-feira (28), novamente a concessão de liberdade provisória ao Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-candidato a vice-presidente nas eleições de 2022 é um dos réus que compõem o chamado "núcleo 1" da trama golpista e respondem a cinco crimes.
Braga Netto está preso preventivamente desde dezembro de 2024, sob suspeita de ter interferido nas investigações sobre o golpe.
O novo pedido apresentado pelos advogados é um recurso à última decisão dada pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes. A defesa do general sustenta que não há motivos para a manutenção da prisão, uma vez que não há mais investigação em curso e que a instrução da ação penal já está avançada. A previsão é de que as últimas testemunhas de defesa sejam ouvidas pelo Tribunal até a próxima segunda (2).
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Ao negar o pedido da defesa, na semana passada, Moraes afirmou que a prisão era necessária para o bom andamento da instrução do processo, como a tomada de depoimento de testemunhas. Na determinação, Moraes citou o depoimento prestado pelo ex-comandante da Aeronáutica, Baptista Junior, no dia 21 de maio. O brigadeiro relatou ter sofrido pressões nas redes sociais quando se opôs ao plano de golpe de Estado apresentado a ele em dezembro de 2022. Segundo a testemunha, o general Walter Braga Netto estaria por trás das publicações.
Os advogados rebatem o argumento de Moraes no recurso desta quarta: "Essa mesma testemunha, ao ser perguntada por esta Defesa, esclareceu que somente chegou à conclusão de que o Agravante [Braga Netto] seria o suposto mandante dos tais ataques virtuais por meio da alegação da Polícia Federal nesse sentido".
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Neste quarto pedido de liberdade a Braga Netto, a defesa solicitou que o assunto seja levado para decisão colegiada da Primeira Turma do STF novamente. Em fevereiro deste ano, Moraes já havia negado o primeiro pedido de liberdade apresentado pela defesa do general. No mês seguinte, a Primeira Turma rejeitou recurso protocolado contra a decisão individual do ministro.