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De gabinete do ódio a "Abin paralela": relembre controvérsias em torno de Carlos Bolsonaro

Por mais de uma década, vereador cuidou das redes sociais do ex-presidente Jair Bolsonaro e também ajudou o pai na campanha para tentar reeleição em 2022

De gabinete do ódio a "Abin paralela": relembre controvérsias em torno de Carlos Bolsonaro
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O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), conhecido como Carluxo e filho "02" do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tem um perfil mais discreto entre os irmãos e costuma atuar nos bastidores. Ele é muito próximo do pai e chegou a desfilar no Rolls-Royce presidencial na posse, em 1º de janeiro de 2019, e depois no 7 de setembro do mesmo ano.

+ Veja quem são os alvos e o papel de cada um na "Abin paralela" de Bolsonaro

Na manhã desta segunda-feira (29), o vereador foi alvo de uma nova operação da Polícia Federal (PF) para investigar espionagem ilegal de autoridades pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Carlos, Jair e Michelle na posse presidencial, em 2019
Carlos, Jair e Michelle na posse presidencial, em 2019 (Geraldo Magela/Agência Senado)

Carlos também é suspeito de comandar o "gabinete do ódio", segundo a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. Atuante durante o governo Bolsonaro, o grupo era formado por assessores do Palácio do Planalto responsáveis por publicações nas redes sociais e que, hoje, são investigados por supostamente atacar adversários e instituições democráticas.

Em 2022, o vereador pediu licença das atividades legislativas para auxiliar na campanha de reeleição do pai. À época, ele reclamou publicamente da condução do marketing profissional de Bolsonaro na disputa.

Eduardo, Jair, Flávio e Carlos Bolsonaro (Reprodução)

Por mais de uma década, Carlos foi responsável pelas redes sociais de Jair. Em 2023, chegou a anunciar que deixaria o comando das plataformas para dar início a uma nova fase da vida.

No começo de 2024, foi noticiado que o vereador comandará a campanha digital do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) para a Prefeitura do Rio de Janeiro nas eleições municipais de 2024. O parlamentar comandou a Abin no governo Bolsonaro e sofreu busca e apreensão da PF na última quinta.

"Abin paralela"

Desde a semana passada, a PF está executando a operação Vigilância Aproximada, desdobramento da Última Milha, realizada em outubro do ano passado.

As ações investigam criação e atuação de uma "Abin paralela" na gestão de Ramagem como diretor-geral da agência. Aliado e amigo da família Bolsonaro, o deputado foi o principal alvo da primeira fase da Vigilância Aproximada, que também afastou imediatamente sete policiais federais de suas funções.

+ Alvo da PF, "Abin paralela" teria monitorado adversários e ajudado família Bolsonaro

Durante o governo Bolsonaro, a "Abin paralela" usou instrumentos como o software FirstMile para rastrear e monitorar autoridades e adversários políticos do ex-presidente.

Investigações apontam que figuras públicas como os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia e o ministro da Educação e ex-governador do Ceará, Camilo Santana, foram espionados ilegalmente.

+ Como funciona o FirstMile, programa usado pela Abin para espionar pessoas?

O que é o FirstMile?

Comprado no fim do governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), o programa é desenvolvido em Israel, pela empresa Cognyte (antiga Verint), e tem tecnologia de GPS para monitorar de forma ilegal a localização de celulares. Também foram espionados servidores públicos, policiais, jornalistas, advogados e juízes.

Quem operava o sistema eram servidores da Abin designados para o Centro de Inteligência Nacional (CIN).

A unidade, criada na gestão Bolsonaro, era vinculada ao gabinete de Ramagem. A estrutura foi desmontada pelo atual governo.

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