Damares entra com representação criminal e pedido de impeachment na PGR contra Moraes
Outro lado: ministro do STF diz em nota que se reuniu com presidente do BC para buscar esclarecimentos sobre Lei Magnitsky, sancionada pelos EUA contra ele



Gabriela Vieira
Marcela Mattos
Beto Lima
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) vai enviar nesta terça-feira (23) à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma denúncia com o pedido de impeachment e uma representação criminal contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A parlamentar também vai protocolar no Senado um convite para que o magistrado explique as alegações feitas pela jornalista Malu Gaspar, que revelou que Moraes teria procurado o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, pelo menos quatro vezes para fazer pressão em favor do Banco Master.
Em nota à imprensa, ministro do Supremo disse que tratou de consequências da Lei Magnitsky, usada pelos Estados Unidos contra ele, em reuniões com Galípolo (leia nota mais abaixo).
Os pedidos foram assinados pelo senadores Eduardo Girão (Novo) e Magno Malta (PL-ES). Os três parlamentares pedem à PGR que receba a denúncia e instaure um inquérito para apurar o que foi dito na coluna. Ainda na matéria publicada pelo jornal O Globo, ela disse que Moraes fez pelo menos três ligações para saber do andamento da operação de venda do Master para o BRB.
Sobre o impeachment, os senadores pedem que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, receba o pedido e que depois seja feita a análise de admissibilidade pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
"Diante da gravidade dos fatos narrados e da necessidade de preservar a lisura e a credibilidade das instituições não restou alternativa ao autor senão buscar a tutela jurisdicional, por meio da presente representação, a fim de que sejam apuradas as responsabilidades do Ministro Alexandre de Moraes pelos atos praticados", afirma documento preliminar a que o SBT News teve acesso.
O SBT News entrou em contato com a assessoria do presidente do Banco Central, Galípolo, mas ainda não obteve resposta.
Procurada, a assessoria do ministro Alexandre de Moraes disse que, em todas as reuniões com Galípolo, foram tratados exclusivamente "assuntos específicos" sobre as consequências da aplicação da Lei Magnitsky.
Leia a nota de Moraes na íntegra:
"O Ministro Alexandre de Moraes esclarece que, em virtude da aplicação da Lei Magnistiky, recebeu para reuniões o presidente do Banco Central, a presidente do Banco do Brasil, o Presidente e o vice-presidente Jurídico do Banco Itaú. Além disso, participou de reunião conjunta com os Presidentes da Confederação Nacional das Instituições Financeira, da Febraban, do BTG e os vice-presidentes do Bradesco e Itaú. Em todas as reuniões, foram tratados exclusivamente assuntos específicos sobre as graves consequências da aplicação da referida lei, em especial a possibilidade de manutenção de movimentação bancária, contas correntes, cartões de crédito e débito."








