Corte de gastos: Lula questiona se Congresso, mercado e empresários vão aceitar reduzir emendas e subsídios
Presidente diz que ajuste fiscal não pode cair sempre 'nos ombros das pessoas mais necessitadas'. Governo deve anunciar ajuste nos próximos dias
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) questionou o mercado financeiro, o Congresso Nacional e empresários sobre a pressão sofrida para realizar corte de gastos no orçamento do governo federal. O chefe do poder Executivo e ministros vem realizando reuniões nos últimos dias e deve anunciar, em breve, um reajuste fiscal.
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"Eu quero saber o seguinte: se eu fizer um corte de gastos para diminuir a capacidade de investimento do orçamento, o Congresso vai aceitar reduzir emendas de deputados e senadores para contribuir com ajuste fiscal que eu vou fazer? Porque não é só tirar do orçamento do governo. Os empresários que vivem de subsídio do governo, vão aceitar abrir mão um pouco de subsídio para a gente poder equilibrar a economia brasileira? Eu não sei se vão aceitar", disse Lula à Rede TV.
A íntegra da conversa vai ao ar às 22h30 no próximo domingo. Ele foi entrevistado pelos senadores Jorge Kajuru (PSB-GO) e Leila Barros (PDT-DF).
Lula afirmou ainda que o mercado financeiro age com "certa hipocrisia" e com "gana especulativa" para confundir, com ajuda da imprensa, a sociedade brasileira a respeito do ajuste fiscal. Ele ainda criticou que quando o debate surge, se fala apenas em cortar gastos relacionados à população pobre.
"Nós não podemos mais jogar, toda vez que você tem que cortar alguma coisa, em cima do ombro das pessoas mais necessitadas", declarou.