Coordenadora do Observatório do Clima cobra mudança de postura da bancada do agronegócio no Congresso
Segundo Suely Araújo, congressistas que defendem o agro têm dificuldade de incorporar questões relacionadas ao meio ambiente
Em entrevista ao Perspectivas, do SBT News, a coordenadora do Observatório do Clima, Suely Araújo, avaliou como "aquém" do ideal a absorção da questão ambiental pela bancada do agronegócio no Congresso Nacional. Segundo ela, trata-se de uma dificuldade parlamentar de lidar com questões relativas ao meio ambiente. "Tem evolução a ser feita", declarou.
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"Por exemplo, na Lei Florestal de 2012 em que houve pactuação com o agro, o agro, na verdade, foi o grande beneficiado, porque se criaram regras para a regularização ambiental dos desmatamentos. Até 2008, era a principal demanda deles", apontou.
A Lei nº 12.651/2012 ou Novo Código Florestal visou regulamentar utilização e preservação de áreas florestais no país.
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Buscando equilibrar as demandas do setor agropecuário com a conservação ambiental, a lei foi vista como uma medida que poderia ajudar o agronegócio brasileiro. Isso porque proporcionou maior segurança jurídica aos produtores rurais, reduzindo conflitos e incertezas em relação às obrigações ambientais.
Segundo a especialista, ainda há, sim, avanços a serem perseguidos com base no número de multas e irregularidades observado atualmente. Porém, no Congresso, a dificuldade se mostra maior que no campo.
"As multas do Ibama, as multas dos órgãos ambientais estaduais mostram que ainda tem muita irregularidade. Mas a gente tem que assumir que há, sim, avanços. No Congresso, eu tenho dificuldade de fazer uma afirmação dessa", analisou.