Chiquinho Brazão: Conselho de Ética sorteia dois deputados do PT e um do PL para relatoria do processo de cassação
Parlamentar segue preso e poderá ser cassado; Brazão é acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco

Rodrigo Vasconcelos
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados realizou, nesta quarta-feira (17), novo sorteio para a relatoria do processo que pede a cassação do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ).
Ele está preso desde 24 de março, pois é acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (Psol), em 2018.
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Três deputados foram sorteados pelo presidente em exercício do conselho, deputado Chico Alencar (Psol-RJ):
- Jack Rocha (PT-ES)
- Rosangela Reis (PL-MG)
- Joseildo Ramos (PT-BA)
Um desses três parlamentares será escolhido pelo presidente efetivo do conselho, Leur Lomanto Júnior (União-BA), como relator do processo movido pelo Psol.
O partido alega que Brazão poderia usar o cargo para atrapalhar investigações e que a permanência dele como deputado federal causaria danos à imagem da Câmara.
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Esse foi o segundo sorteio realizado pelo Conselho de Ética no processo. Os deputados sorteados na última sessão, realizada na quarta passada (10), recusaram a relatoria. São eles:
- Bruno Ganem (Podemos-SP)
- Ricardo Ayres (Republicanos-TO)
- Gabriel Mota (Republicanos-RR)
O caso
Na manhã de 24 de março, a Polícia Federal (PF) prendeu o deputado Chiquinho Brazão, o irmão dele Domingos Brazão, conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Rio, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do estado, por envolvimento no caso da vereadora, morta em março de 2018.
Eles foram alvo da operação Murder Inc., após a delação de Ronnie Lessa ser homologada no STF, na semana anterior. O deputado, por prerrogativa do cargo, teve prisão preventiva referendada pelo ministro Alexandre de Moraes. Um dia depois, a Primeira Turma do STF decidiu, por unanimidade (5 votos a 0), confirmar a decisão.
Os irmãos são os suspeitos de serem os mandantes do crime e de tentarem obstruir a investigação. À época, Chiquinho era vereador no Rio. Eles foram separados durante o processo de transferência da Penitenciária Federal em Brasília.
Chiquinho Brazão foi encaminhado para Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, enquanto o irmão foi para Porto Velho, em Rondônia. Rivaldo Barbosa, também suspeito de obstruir as investigações, permanece na capital federal.