China é “parceira estratégica insubstituível do Brasil”, diz Jorge Viana
Presidente da ApexBrasil destaca avanço nas relações bilaterais, investimentos chineses e o retorno do Brasil ao protagonismo internacional
Ellen Travassos
Murilo Fagundes
O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, afirmou que a China é uma “parceira estratégica insubstituível” para o Brasil. A declaração foi dada em entrevista ao SBT News, na qual ele também destacou os resultados da missão oficial ao país asiático liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com Viana, a visita marcou uma nova fase na relação bilateral, com o anúncio de cerca de R$ 27 bilhões em investimentos chineses no Brasil e uma aproximação inédita entre os dois governos. “Estamos inaugurando um novo capítulo, um 'ano zero' na relação entre Brasil e China”, disse.
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Segundo o presidente da ApexBrasil, a boa relação entre Lula e o presidente chinês, Xi Jinping é central para esse avanço. “Essa sinergia criada entre os dois presidentes é extraordinária para o Brasil”, afirmou, lembrando que já houve quatro encontros bilaterais desde o início do atual mandato e que uma nova visita está prevista para este ano.
Principal parceiro comercial do Brasil desde 2009, a China tem se mostrado cada vez mais receptiva às exportações brasileiras. Viana destacou a realização de um encontro empresarial que reuniu mais de 700 empresários em Pequim, com foco na ampliação das relações comerciais.
“É o sonho de qualquer empresa brasileira vender para o mercado chinês”, afirmou.
A ApexBrasil tem concentrado esforços em incluir micro e pequenas empresas nesse processo. Hoje, 54% das mais de 21 mil empresas atendidas pela agência são desse segmento.
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Viana comentou também os impactos do novo pacote de tarifas dos Estados Unidos contra produtos chineses, o que tem gerado incertezas no comércio global.
“No mundo em crise, ninguém ganha. O bom é o mundo em paz e com livre comércio”, disse.
Ele também criticou a atual taxa de juros brasileira, que, segundo ele, compromete a competitividade do país.
“Não consigo entender por que o Brasil tem a maior taxa de juros do mundo com a inflação controlada. Isso atrasa o país”, afirmou.
A Apex se prepara agora para acompanhar o presidente Lula em nova missão internacional, desta vez à França, em junho. Durante a visita, será realizado um encontro empresarial para atrair investimentos e avançar nas negociações do acordo entre o Mercosul e a União Europeia.
“Se esse acordo sair, vamos formar o maior bloco econômico do mundo, com 700 milhões de pessoas. É um ganha-ganha”, afirmou.