Cármen Lúcia defende Judiciário e afirma que democracia brasileira segue "sem abalo"
Ministra do STF pede integração latino-americana na Justiça e respeito mútuo entre países da região

Gabriela Vieira
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta sexta-feira (28) que a democracia brasileira segue "sem abalo", apesar de investidas contra instituições do país.
"Mantemos sem abalo a democracia, embora haja tentativas de abalo a algumas das nossas instituições”, afirmou durante abertura do X Encontro do Fórum de Cortes Supremas do Mercosul, em Brasília.
Segundo a ministra, o fortalecimento das democracias latino-americanas exige uma atuação coordenada dos tribunais e respeito mútuo entre os países.
"Quando se vê atingida a democracia como nós temos visto nos últimos tempos, a alguns de nós, de forma muito específica, por tentativas de intervenções até mesmo no Poder Judiciário, [percebemos que] o fortalecimento conjunto se faz necessário", acrescentou.
Durante o evento, Cármen Lúcia anunciou a entrega de um "bottom da democracia inabalada" aos representantes estrangeiros. De acordo com ela, o slogan faz referência ao episódio em que a sede do STF foi alvo de depredação durante o 8 de janeiro, ressaltando que, apesar disso, a Corte preservou sua "integridade institucional".
"O prédio foi atingido, mas não a integridade institucional. Garantimos que a democracia no Brasil se mantivesse íntegra, que a Constituição fosse cumprida e que os direitos fundamentais continuassem a ser assegurados", disse.
O discurso em torno da democracia ocorre após decisão do colega ministro Alexandre de Moraes, do STF, de decretar o início do cumprimento das penas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de aliados condenados por tentativa de golpe de Estado.
Além de Moraes, votaram pela condenação do ex-presidente e dos outros réus: Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.








