Política

"Candidatura de Flávio Bolsonaro é xeque-mate no centro", diz líder do PL

Para o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), decisão reflete o sentimento de abandono de Jair Bolsonaro

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O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante | Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados
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Para o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), a candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) é um recado para a centro-direita e reflete o sentimento de abandono de Jair Bolsonaro. “Se o centro estava achando que iria abandonar Bolsonaro e colocar o Tarcísio (governador de SP), a candidatura de Flávio é um xeque-mate”, afirmou à coluna o deputado.

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Sóstenes Cavalcante se ressente principalmente do projeto da anistia, que continua parado na Câmara, apesar da prisão do ex-presidente da República. “Ciro Nogueira (PP-PI) levou Hugo Motta (Republicanos-PB) para apertar a mão de Bolsonaro. Alcolumbre, idem. Todos concordaram em votar a anistia. Mas agora Jair Bolsonaro está preso e jogado às traças. O Ciro está viajando e não pressiona o Hugo. Se o centrão fala que apoia Bolsonaro, é um bom momento para separar o joio do trigo”, afirma.

Desde que visitou o pai essa semana e recebeu a incumbência de representar a família na cabeça de chapa em 2026, Flávio falou com pouquíssimas pessoas. Entre elas, um aliado próximo do agronegócio para angariar apoio. A candidatura do primogênito do clã teve um efeito imediato: unir a direita, ou pelo menos a direita, entendida como PL e família Bolsonaro. Aliados e a ex-primeira dama, Michelle, publicaram mensagens de apoio nas redes sociais.

No último fim de semana, a madrasta e os filhos do ex-presidente protagonizaram uma briga pública. A ex-primeira dama apoiou a candidatura do senador Eduardo Girão (NOVO-CE) ao governo do Ceará. Já os filhos revelaram que o pai havia prometido apoiar Ciro Gomes (PSDB-CE). Prevaleceu a opinião de Michelle. O custo foi um imenso desgaste e a demonstração pública de desunião.

Embora muitos aliados do PL tenham corrido para endossar o nome de Flávio nas redes sociais, o ceticismo é grande. Nos bastidores, a visão é de que pode ser um balão de ensaio. “A família ficou muito desgastada essa semana. Essa ‘rifa’ em torno de um nome estava desgastando muito. O próprio Tarcísio (governador de SP) estava desgastado”, disse um auxiliar próximo do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Nesse sentido, a candidatura de Flávio é um freio de arrumação.

Mas se a intenção é unir a direita, o efeito pode ser inverso. O presidente de um importante partido de centro avaliou à coluna que o “PL vai ficar isolado”. Por outro lado, faz uma reflexão que traduz o movimento político: “Se os Bolsonaro não tiverem um nome na urna, o bolsonarismo acaba”. E sobre o futuro? “Muito cedo ainda para dizer o que será feito”, conclui o cacique do centrão.

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