Após derrotas no Congresso, Lula reúne líderes do governo e ministro responsável pela articulação
Em sessão conjunta entre Senado e Câmara na última terça (28), governo viu vetos presidenciais serem derrubados
Após sofrer derrotas no Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem reunião com líderes do governo nesta segunda-feira (3), às 9h. Na última semana, Senado e Câmara derrubaram vetos do chefe do Executivo.
Segundo agenda oficial, participam do encontro o deputado José Guimarães (PT-CE) e os senadores Jaques Wagner (PT-BA) e Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP), respectivamente, líderes na Câmara, no Senado e Congresso.
É a primeira vez que Lula reúne os líderes do governo no Legislativo desde as derrotas da semana passada.
Veja quem integra reunião de hoje com Lula:
- Alexandre Padilha (Relações Institucionais) — ministro responsável articulação pela articulação com o Legislativo;
- Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) — líder do governo no Congresso;
- Jaques Wagner (PT-BA) — líder do governo no Senado;
- José Guimarães (PT-CE) — líder do governo na Câmara;
- Miriam Belchior — secretaria-executiva da Casa Civil;
- Dario Durigan — secretário-executivo da Fazenda.
Lula, assim, assume o front da articulação, auxiliando Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, que foi recentemente atacado por Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara.
Sessão conjunta de terça (28)
Na última sessão conjunta do Congresso Nacional, na última terça, quando reuniram-se senadores e deputados, o governo viu ser derrubado o veto presidencial à lei das saidinhas — dificultando a saída temporária concedida pela Justiça como forma de ressocialização dos presos do regime semiaberto.
Além disso, o governo teve de aceitar a manutenção do impedimento à punição de "comunicação enganosa em massa", um veto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à lei das fake news.
Outro veto de Lula derrubado pelo Congresso era relacionado às pautas de costumes na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O presidente havia barrado trecho da lei que proibia uso de recursos públicos para ações relacionadas a temas como aborto, transição de gênero, ocupações de terra e que, segundo parlamentares conservadores, feriam princípios da "família tradicional brasileira".
Ao SBT News, Randolfe disse que as decisões são reflexos da herança deixada pelo bolsonarismo. "Temas sobre costumes, comportamento, segurança pública, é difícil ter posição diferente das que tiveram. Sabemos que teremos dificuldade maior", opinou. "Mas é melhor assim do que o que tivemos antes", ponderou.
O governo precisa melhorar as relações com o Legislativo se quiser colocar plano econômico em prática: falta aprovar leis complementares que regulamentam a reforma tributária e fechar um acordo sobre a desoneração, angariando apoio a outras pautas pretendidas para melhorar a arrecadação.