Ao lado de Bolsonaro, senador Izalci oficializa ida para o PL após décadas no PSDB
Cerimônia teve traços religiosos e tom de campanha; político é cotado para concorrer ao governo do DF em 2026
Ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador Izalci Lucas (DF) oficializou a ida para o Partido Liberal (PL) após décadas no PSDB. A cerimônia ocorreu na noite desta quarta-feira (27), com momentos religiosos e em tom de campanha. O político quer concorrer ao governo do Distrito Federal nas eleições de 2026.
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O ar de proximidade com eleitores da capital foi destaque no discurso de Izalci. Mas começou ainda antes, encabeçado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que preside a ala feminina do partido. Em falas ao público, ela contou histórias de Ceilândia, que é a região administrativa mais populosa do Distrito Federal. Ela também deu o tom religioso da cerimônia, com uma oração iniciada pouco antes da chegada dele ao palco.
Bolsonaro também falou aos apoiadores que estavam no evento. Sem citar o caso envolvendo a embaixada da Hungria, onde ficou hospedado por dois dias após entregar o passaporte à Polícia Federal (PF), o ex-presidente afirmou que o partido receberá, em breve, um governador “de peso”. A afirmação veio em meio às especulações de possível filiação de Tarcísio de Freitas, eleito governador de São Paulo pelo Republicanos.
“Outras pessoas do legislativo virão para nós. Outros pesos pesados, do poder Executivo, também virão. Como eu filiei nesta semana o prefeito Tião Bocalom [Rio Branco], virá brevemente um governador peso pesado para o nosso partido”, declarou Bolsonaro.
O ex-presidente também exaltou o Partido Liberal e o trabalho de Valdemar Costa Neto, presidente da sigla. Proibidos de terem contato, por decisão do Supremo Tribunal Federal que investiga a tentativa de golpe nas eleições de 2022, os dois participaram da filiação de Izalci em momentos diferentes. Valdemar saiu antes da chegada de Bolsonaro, conforme antecipou o SBT News.
Ida de Izalci
O senador trocou de partido após passar 27 anos no PSDB. Com vida política que se consolidou enquanto tucano, ele se aproximou de Bolsonaro ao longo da oposição ao governo Lula (PT), que defende no Senado. O político foi um defensor do ex-presidente durante a CPMI do 8 de janeiro, que apurou a invasão aos Poderes. A afinidade foi destacada por ele durante o ato.
“O único partido que tem hoje disposição, programa, competência para encarar este momento é o PL. E por isso aqui estou. E quero ser um soldado para de fato fazer as mudanças que nós precisamos”, afirmou.
Izalci ainda disse que o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), deveria ter sido eleito presidente do Senado - ele foi o principal opositor a Pacheco no último pleito. E direcionou o discurso para eleitores de Brasília: “Nós precisamos resgatar a capital da esperança, precisamos resgatar a capital do país”.