Alcolumbre não pautará impeachment de Moraes, diz Randolfe
Líder do governo no Congresso afirma que parlamentares envolvidos na ocupação da sede legislativa podem ser alvo do Conselho de Ética

Jessica Cardoso
Soane Guerreiro
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), foi enfático ao afirmar a todos os senadores que não pautará o pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, independentemente do número de assinaturas que o requerimento tiver.
A informação foi dada pelo líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), ao programa Poder Expresso, do SBT News, nesta quinta-feira (7).
“O presidente Davi Alcolumbre deixou muito claro: pode vir requerimento com 40, 41, 50 ou 60 assinaturas. A prerrogativa de abrir processo de impeachment contra ministro do Supremo cabe ao presidente do Senado, e ele só fará isso quando entender que existem os pré-requisitos. Não por conta de 'playboizinho' que está nos EUA conspirando contra o Brasil ou de alguns que, em vez de se interessarem pela vida do povo brasileiro, passaram dois dias no congresso balburdiando e impedindo as pessoas de trabalhar", disse Randolfe.
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O pedido de impeachment, liderado pelo senador Marcos Rogério (PL-RO), foi formalmente protocolado nesta quinta-feira (7) com 41 assinaturas e marcou o fim de dois dias de obstrução no Senado promovida por parlamentares da oposição, em sua maioria do PL.
Para Randolfe, a ofensiva contra Moraes é desconectada das reais demandas da população. “O que é prioridade para os brasileiros hoje são outros assuntos, como, por exemplo, aqueles brasileiros que recebem até R$ 5 mil serem isentos de pagar imposto de renda”, avaliou.
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O senador também condenou a ocupação do Congresso por parlamentares da oposição, classificando o episódio como “balbúrdia” e comparando-o a uma tentativa de repetição dos ataques de 8 de janeiro.
“Obstrução parlamentar legítima é amparada no regimento. O que aconteceu aqui foi impedir o Parlamento de funcionar. Foi um 8 de janeiro de dentro para fora. É inaceitável isso”, declarou.
Segundo ele, a possibilidade de que parlamentares envolvidos sejam alvo de questionamentos no Conselho de Ética" é uma hipótese a ser cogitada assim que o colegiado for instalado”.