Advogado de ex-comandante da Marinha diz que denúncia da PGR é "inepta" e sem "justa causa"
STF julga nesta terça (25) denúncia contra Almir Garnier Santos por tentativa de golpe de Estado

Vinícius Nunes
O advogado Demóstenes Torres, representante do almirante de esquadra Almir Garnier, pediu nesta terça-feira (25) que o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgue a denúncia contra o ex-comandante da Marinha na trama golpista. O defensor também disse que as provas contra o seu cliente são falsas, "ineptas" e que não há justa causa.
O argumento central utilizado pelo advogado é que não houve a suposta reunião entre os três comandantes das Forças Armadas e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2022, já que o seu representado não estava em Brasília na ocasião.
"O almirante não estava nessa reunião, e sim em Pirassununga. O comandante Freire Gomes disse que jamais houve discussão de mérito de qualquer coisa", declarou o advogado Demóstenes Torres.
Segundo a defesa, nem mesmo Carlos de Almeida Baptista Júnior, ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), estava presente na reunião e, portanto, não houve oportunidade para discutir um plano de golpe de Estado.
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Garnier é apontado, pela denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), de ser o único comandante das Forças Armadas que se colocou à disposição de Bolsonaro para executar o golpe de Estado.
As denúncias contra Bolsonaro, Garnier e mais seis pessoas são julgadas pela Primeira Turma do STF nesta terça. Se considerados réus, eles serão julgados pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e deterioração de patrimônio tombado.