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Política

"A relação entre o Brasil e a China nunca foi tão necessária", diz Lula após encontro com Xi Jinping

Em discurso, presidente brasileiro afirmou que guerras comerciais "não têm vencedores" e repetiu críticas aos conflitos em Gaza e na Ucrânia

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Presidente Lula discursa na China após encontro com Xi Jinping | Reprodução/YouTube
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta terça-feira (13), que "a relação entre o Brasil e a China nunca foi tão necessária" em discurso após encontro com o presidente Xi Jinping, em Pequim.

"Há anos, a ordem internacional já demanda reformas profundas. Nos últimos meses, o mundo se tornou mais imprevisível, mais instável e mais fragmentado. China e Brasil estão determinados a unir suas vozes contra o unilateralismo e o protecionismo. A defesa intransigente do multilateralismo é uma tarefa urgente e necessária", disse Lula no início da fala, sem citar diretamente o "tarifaço" do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

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O chefe do Executivo nacional também fez críticas a guerras comerciais, que "não têm vencedores", valorizou atuação da Organização Mundial do Comércio (OMC) e dos Brics e voltou a defender fim dos conflitos na Faixa de Gaza e na Ucrânia.

"Guerras comerciais não têm vencedores. Elas elevam os preços, deprimem as economias e corroem a renda dos mais vulneráveis em todos os países. O presidente Xi Jinping e eu defendemos um comércio justo e baseado nas regras da Organização Mundial do Comércio", disse Lula.

Guerras, expansão de acordos com a China e investimentos no Brasil: outros pontos do discurso de Lula

Ao abordar conflitos entre Rússia e Ucrânia e Israel e Hamas, na Faixa de Gaza, o petista afirmou que "superar a insensatez dos conflitos armados também é pré-condição para o desenvolvimento".

Declarou que o documento "Entendimentos Comuns entre o Brasil e a China para uma Resolução Política para a Crise na Ucrânia" oferece "base para um diálogo abrangente que permita o retorno da paz à Europa".

Para o Oriente Médio, Lula reiterou defesa da criação da um Estado da Palestina "independente e viável, vivendo lado a lado com Israel". "A humanidade se apequena diante das atrocidades cometidas em Gaza", lamentou.

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Outro tema geopolítico que o presidente do Brasil voltou a defender foi a reforma de instituições internacionais, sobretudo a Organização das Nações Unidas (ONU).

"Somente uma ONU reformada poderá cumprir os ideais de paz, direitos humanos e progresso social consagrados em 1945 pela Carta de São Francisco. O Conselho de Segurança deve refletir a diversidade contemporânea", pediu.

Voltando a falar da relação entre Brasil e China, Lula comentou que os dois países "também trabalham juntos para enfrentar a crise climática" e unem "esforços" para combater fome e pobreza, por meio da Aliança Global lançada no G20 de 2024.

O petista ainda afirmou que "nunca um número tão grande de projetos foi discutido de maneira sistemática em tão pouco tempo". Citou integração entre Bancos Centrais para facilitar investimentos, o programa Satélite de Recursos Terrestres Brasil-China, para "gerar e compartilhar imagens para uso ambiental, agrícola e meteorológico com os países do Sul Global", e "fórum para dinamizar a relação entre estaleiros brasileiros e chineses".

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Nessa segunda, em encontro empresarial, o governo anunciou que a China vai investir R$ 27 bilhões no Brasil, em diversas áreas. Lula destacou assinaturas na saúde e conversas sobre outros setores.

"Com os protocolos que assinamos ontem, estamos expandindo a capacidade brasileira de produção de remédios e vacinas, e de manufatura de equipamentos médicos. O presidente Xi e eu também conversamos sobre mobilização de financiamento para projetos de infraestrutura, sustentabilidade e energia", detalhou.

O presidente também afirmou que Ano Cultural Brasil-China, em 2026, deve "ampliar incentivos para desenvolver o mercado do turismo".

"Os quase 30 atos que assinamos hoje comprovam o dinamismo que o presidente Xi e eu temos imprimido ao relacionamento bilateral. Não é exagero dizer que, apesar dos mais de quinze mil quilômetros que nos separam, nunca estivemos tão próximos. Espero retribuir a calorosa acolhida que recebi do presidente Xi Jinping ao encontrá-lo na Cúpula do Brics, em julho", finalizou Lula.

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