Lula afirma que vai se entregar à Polícia Federal
A prisão do ex-presidente foi pedida pelo juiz federal Sérgio Moro após o STF negar o habeas corpus preventivo da defesa
Giovana Meneguim
Em um discurso em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos, o ex-presidente Lula afirmou no início da tarde de hoje (07) que vai se entregar à Polícia Federal. Condenado em segunda instância no caso do tríplex do Guarujá, o petista descumpriu a determinação do juiz federal Sérgio Moro de se apresentar até às 17h de ontem na sede da PF em Curitiba.
O despacho determinando a prisão de Lula foi emitido na noite de quinta-feira, menos de um dia depois de o Supremo Tribunal Federal negar o habeas corpus preventivo pedido pela defesa. No documento, Moro esclarece que uma sala especial foi reservada para o político, mantendo-o afastado dos demais presos pela operação Lava Jato.
Desde que a ordem foi expedida, políticos de esquerda e militantes permaneceram em vigília na sede do sindicato, em São Bernardo do Campo. Alguns grupos prometeram resistência à prisão do ex-presidente. Na manhã de sexta-feira, o jornalista e ex-assessor de Lula, Ricardo Kotscho, chegou a afirmar que o líder não se entregaria.
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Relembre o caso
Em julho de 2017, Lula foi condenado por Sérgio Moro em primeira instância por corrupção e lavagem de dinheiro no caso envolvendo a compra de um apartamento tríplex no Guarujá, cidade do litoral paulista.
No papel, a unidade pertence à construtora OAS, mas o Ministério Público Federal concluiu que a reforma milionária feita no imóvel era para Lula e sua esposa, Marisa Letícia. A obra teria sido ofertada em troca do favorecimento da construtora em contratos com a Petrobras.
No dia 24 de janeiro, a 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o TRF-4, julgou o recurso da defesa e decidiu manter a condenação, aumentando a pena para 12 anos e um mês de prisão. Com a derrota em segunda instância, Lula pode ser impedido de se candidatar pela lei da Ficha Limpa.