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Polícia

Três policiais viram réus por mortes na Baixada Santista durante Operação Verão

Ministério Público de São Paulo concluiu que dois agentes e um cabo alteraram a cena do crime e obstruíram câmeras corporais em dois casos de homicídio

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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) tornou réus, nesta terça-feira (4), dois agentes e um cabo da Polícia Militar pela morte de duas pessoas durante a Operação Verão, na Baixada Santista, entre 2023 e 2024. A denúncia foi apresentada em dezembro pelo Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (GAESP) e pelo Tribunal do Júri.

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Em um dos casos, o MP-SP recebeu uma denúncia do Poder Judiciário contra um major em 28 de janeiro de 2024. O oficial responde por homicídio qualificado, pois a versão apresentada por ele - de que a vítima portava uma arma - foi desmentida pela força-tarefa.

No segundo caso, um capitão e um cabo tornaram-se réus por homicídio duplamente qualificado em São Vicente. A investigação aponta que houve alteração da cena do crime para simular que as vítimas estavam armadas, além da obstrução de câmeras operacionais para impedir a gravação da ocorrência.

Operação Verão

A Operação Verão, ação da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) para combater o crime organizado, resultou na morte de 56 pessoas.

Segundo a SSP, o reforço de policiais do interior e da capital na Baixada Santista reduziu em 25,8% os roubos na região em 2024, em comparação com o mesmo período de 2023.

Desde o início da operação, 1.025 suspeitos foram presos, quase a metade deles (438) já era procurada pela Justiça. Além disso, 47 menores foram apreendidos. As Polícias Civil e Militar informaram ter retirado das ruas 2,6 toneladas de drogas e apreendido 119 armas de fogo ilegais.

No entanto, a Baixada Santista registrou, no primeiro trimestre de 2024, o maior número de mortes causadas por policiais militares desde 2017: foram 79. O aumento foi de 427% em relação ao mesmo período de 2023, quando 15 pessoas morreram. Isso significa que, a cada 27 horas, uma pessoa foi morta pela PM na região, segundo apuração do SBT News.

Moradores denunciaram a ação da polícia, registrando em vídeos abusos cometidos por agentes, como agressões indiscriminadas e invasões de residências sem mandado judicial.

Representantes de entidades de direitos humanos entregaram um relatório ao Procurador-Geral de Justiça de São Paulo sobre os episódios de violência cometidos pela Polícia Militar durante a operação na Baixada Santista.

O documento foi elaborado com base em investigações sobre as mortes de Ryan da Silva Andrade Santos, de 4 anos, e Gregory Ribeiro Vasconcelos, de 17 anos, ambos mortos em novembro durante ações policiais.

Ryan foi baleado enquanto brincava na rua no Morro do São Bento. A Polícia Militar reconheceu que o tiro pode ter partido de um policial. Já a versão sobre a morte de Gregory, que teria ocorrido em uma troca de tiros, é contestada por moradores da região. O relatório busca esclarecer esses casos e sugerir medidas para reduzir a letalidade policial.

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