Transplantados com HIV: Justiça acata denúncia e sócio de laboratório se entrega à polícia
Seis réus irão responder por associação criminosa, lesão corporal grave e falsidade ideológica
O sócio do laboratório PCS Lab Saleme Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira se entregou à polícia, nesta quarta-feira (23), no Rio de Janeiro, após ter a prisão preventiva decretada na noite de terça-feira (22). Ele era o único investigado solto no caso dos transplantes com HIV.
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O sócio do laboratório chegou na Delegacia do Consumidor (Decon) acompanhado de um advogado, mas encontrou o local fechado. Cerca de 20 minutos depois, retornou com a delegacia já aberta.
Matheus Vieira, primo do ex-secretário estadual de Saúde Dr. Luizinho, é apontado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro como o responsável pela área de tecnologia do laboratório, com acesso privilegiado e ilimitado à informática do local, com autonomia para manipulação de documentos, incluindo descarte dos mesmos.
Em nota, a defesa de Matheus disse que a decisão "é absolutamente ilegal" e que o réu "sempre colaborou com as investigações". A defesa também afirmou que irá recorrer da prisão.
Nesta terça-feira, a Justiça do Rio de Janeiro acatou a denúncia do MPRJ e tornou os seis envolvidos no caso réus. Eles irão responder por associação criminosa, lesão corporal grave e falsidade ideológica. Uma das funcionárias também foi denunciada por falsidade ideológica.
Transplantados com HIV
Os casos de contaminação, inéditos no Brasil, vieram à tona após um paciente, que recebeu um coração, começar a passar mal quase 9 meses após o transplante. Após exames, ele testou positivo para HIV.
Após investigação, a Secretaria Estadual de Saúde descobriu que pelo menos dois doadores eram soropositivos, mas os exames realizados pelo PCS Lab Saleme não detectaram o vírus e os órgãos foram liberados para transplante.
Até o momento, seis pacientes transplantados foram diagnosticados com a doença e outros 288 doadores estão sendo testados pelo homecentro do Rio de Janeiro.