Policial civil mata universitário durante abordagem no Recanto das Emas
Familiares afirmam que João Gabriel, de 20 anos, sonhava em seguir carreira na polícia; Polícia Civil do Distrito Federal apura o caso
Isabela Guimarães
Maycon Leão
Danielly Oliveira
Um universitário de tecnologia da informação, de 20 anos, foi morto a tiros por um policial civil na tarde dessa quinta-feira (14), na Quadra 509 do Recanto das Emas, região administrativa do Distrito Federal.
A vítima, identificada como João Gabriel Matos da Silva, estava em uma motocicleta com um adolescente de 15 anos quando foi atingida.
Testemunhas relataram que o policial, que estava à paisana, parado na frente de uma casa para entregar uma intimação para outra pessoa, desconfiou dos dois jovens e tentou abordá-los.
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Familiares acreditam que João Gabriel não reconheceu o homem como sendo policial e por isso não parou a moto. Nesse momento, o disparo ocorreu.
O tiro atingiu primeiro o adolescente, transfixando o braço dele, e depois se alojou no corpo de João Gabriel, que morreu no local.
O menor foi socorrido e encaminhado ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC). Ele não corre risco de morte.
Pai relata sonhos e trajetória do filho
O pai de João Gabriel, João de Assis da Silva, afirmou que o jovem tinha planos bem definidos e jamais se envolveria em atividades ilícitas.
“Meu filho tinha muito sonho. Ele fazia TI, estava no quarto semestre. Queria se formar e seguir carreira como policial, fosse PRF, Polícia Civil ou Militar. Sempre estudou em colégio particular, era inteligente, dedicado. Eu nunca precisei acordar ele para ir à faculdade. A gente deu do bom e do melhor pra ele. Não tinha necessidade nenhuma de fazer nada de errado. Ele ia conseguir realizar os sonhos dele", disse.
Investigação
Em nota, a Polícia Civil do Distrito Federal informou que a Corregedoria-Geral acompanha o caso e instaurou inquérito para apurar “rigorosamente” o ocorrido. O nome do policial não foi divulgado.
No fim da tarde, amigos e familiares protestaram em frente à 27ª Delegacia de Polícia, no Recanto das Emas, onde o caso foi registrado. Por conta da mobilização, a unidade reforçou a segurança.