Polícia prende 23 pessoas que aplicavam golpes em comerciantes de sete estados
"Central de telemarketing do crime" funcionava em São Paulo; idosos eram vítimas preferidas
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A polícia de São Paulo prendeu 23 pessoas suspeitas de participar de uma quadrilha que aplicava golpes financeiros em comerciantes de sete estados.
Uma empresa, que funcionava como uma espécie de "central de telemarketing do crime", foi fechada no centro da capital paulista. A maioria dos detidos são mulheres.
Segundo a polícia, Igor Gustavo Silva Oliveira e Ingrid Nascimento Rodrigues dos Santos eram os responsáveis pela empresa que funcionou durante dois anos.
De acordo com a investigação, os golpistas ligavam para pequenos comerciantes, como donos de padarias, bares e armazéns. Os criminosos ganhavam a confiança das vítimas confirmando dados pessoais e enviavam um link, por meio de um aplicativo de mensagens no celular. Quando a pessoa abria, sem saber, assinava um contrato. Os bandidos ainda pediam uma foto para confirmar a transação.
"Passados alguns dias semanas, eles contatam novamente essa pessoa e falam: 'olha, você tem um contrato assinado. Esse contrato tem custo, você não pagou e a sua dívida agora já subiu 10 vezes'", explica o delegado Pedro Ivo.
A partir daí, as ligações eram frequentes e envolviam ameças. "Se passam por juízes, se passam por oficial de Justiça, começam a constranger com uma série de ligações de cobrança, e a pessoa acaba com medo de ter suas contas bloqueadas, seus bens penhorados, e acaba pagando essas pessoas", diz o delegado.
A polícia apreendeu documentos e manuais usados para enganar as vítimas. Por dia, os criminosos chegavam a faturar entre R$ 9 mil e R$ 50 mil. Eles vão responder pelos crimes de associação criminosa e estelionato qualificado por fraude eletrônica.
Essa é a quinta central clandestina de golpes descoberta na capital paulista em dois meses. 40 pessoas foram presas. Na maioria dos casos, os alvos são pessoas idosas que têm pouca familiaridade com o uso da tecnologia.