Polícia faz operação contra milicianos que extorquiam camelôs no Centro do Rio
Ação mirou grupo acusado de cobrar taxas ilegais no camelódromo da Uruguaiana desde 2019; lucro seria de R$ 7 milhões

Jackson Silva
A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro realizaram, nesta quinta-feira (22), uma operação para prender milicianos suspeitos de extorquir comerciantes no camelódromo da Uruguaiana, no centro da cidade. A ação contou com mandados cumpridos em diversos pontos da capital e região metropolitana.
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Segundo as investigações, os crimes começaram em 2019. Os milicianos extorquiam os donos de quiosques, cobrando taxas ilegais em troca de “proteção”. O promotor Pedro Simão, do Gaeco, explicou que o lucro gerado com a exploração das vítimas era significativo, ultrapassando R$ 7 milhões.
Além das extorsões, o grupo utilizava estabelecimentos comerciais para lavar dinheiro. O delegado Álvaro Gomes afirmou que, em alguns casos, os camelôs perdiam seus boxes caso não pagassem as cobranças impostas pelos criminosos.
Durante a operação, a polícia apreendeu carros e motos, bloqueou contas bancárias e buscou desarticular o braço financeiro da quadrilha. Ao todo, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão e 11 de prisão.
Entre os presos estão Antenor Pedreiro de Jesus Filho, ex-presidente da associação do camelódromo, que já havia sido preso em 2019; Paulo Cesar da Silva Junior, apontado como o elo entre os milicianos e os camelôs; e Robson Gripp, responsável por gerenciar o esquema.
No Recreio dos Bandeirantes, agentes procuraram pelo líder da quadrilha, que não foi encontrado. Segundo o promotor Pedro Simão, ele é advogado e está sendo procurado, assim como outros envolvidos.
Um dos alvos foi o agente penal Thiago da Silva, que teve seu afastamento das atividades decretado. Outro suspeito foi capturado em uma academia em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Em Mesquita, também na Baixada, outro investigado foi preso. Duas pessoas estão foragidas.
